José Jorge pede incentivo para termelétricas a carvão mineral, que agora não poluem



O senador José Jorge (PFL-PE), ex-ministro de Minas e Energia, defendeu em Plenário o uso do carvão mineral no programa de termelétricas em implantação no país, observando que o Brasil tem reservas do produto suficientes para -até mesmo séculos-. E mais: as novas tecnologias eliminam a poluição provocada pelo carvão, a ponto de as cidades de Washington e Berlim possuírem termelétricas a carvão.

O governo passado lançou um programa de incentivo ao uso do carvão mineral nos estados do Sul, prevendo inclusive a recuperação das áreas carboníferas degradadas. Uma lei chegou a estabelecer incentivos para a utilização do mineral, mas o atual governo sequer renovou os incentivos, lamentou José Jorge nesta sexta-feira (4).

Para ele, é um contra-senso o Brasil usar o gás importado da Bolívia para movimentar as termelétricas em construção, abandonando as grandes reservas do carvão do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Trata-se de um questão estratégica, na opinião do senador. Se o Brasil não deve depender apenas das hidrelétricas, por causa dos problemas de estiagem, não deveria também depender tanto do gás importado para gerar eletricidade, disse.

Por conta dos avanços tecnológicos, o mundo entra no século 21 usando -o velho carvão mineral, tão criticado no passado por causa dos problemas ambientais-. Na Alemanha, o carvão gera 52% de sua eletricidade, na Dinamarca 67% e nos Estados Unidos 57%, informou José Jorge. O senador ponderou que o carvão é uma fonte de combustível -confiável, de baixo custo, agora ambientalmente segura-. As reservas nacionais do produto são de 32 bilhões de toneladas, sendo 89% no Rio Grande do Sul, mas de toda eletricidade produzida no país o carvão só contribui para a geração de 2%.

Em aparte, o senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA), também ex-ministro de Minas e Energia, sustentou que o carvão poderá -dar segurança à oferta de energia elétrica totalmente nacional-, sem a dependência de combustíveis importados (gás e óleo). Já o senador Paulo Paim (PT-RS) salientou que o uso do carvão aumentará a oferta de emprego no país, na extração do produto e na produção de equipamentos de geração de energia.



04/07/2003

Agência Senado


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