Zulke e Pavan estranham que a oposição não deseja ouvir secretário Bisol
A bancada do PT na Assembléia Legislativa, através do deputado Ronaldo Zülke e do líder do governo, deputado Ivar Pavan, propôs hoje (23/04), que a CPI da Segurança Pública ouça o secretário da Justiça e da Segurança, José Paulo Bisol, e o Ministério Público. E ainda, colocou a Ouvidoria Pública à disposição das investigações.
"Estranhamos que os deputados da oposição não tenham aceitado nenhuma de nossas sugestões", disse Zülke, ratificando a vontade do Governo de contribuir com os trabalhos da CPI.
Zülke desconfia que os oposicionistas não estejam dispostos a investigar a segurança pública do estado do Rio Grande do Sul, mas sim que queiram fazer desta CPI apenas um palco para disputas políticas e ideológicas. "Por que estes parlamentares têm medo de ouvir o secretário Bisol e o Ministério Público?", indagou.
Zülke também não entendeu porque duas comissões estão tratando concomitantemente o mesmo tema - a CPI e a Comissão de Serviços Públicos.
"A atuação da bancada petista será no sentido de aprofundar o debate sobre segurança pública e sobre os 12 itens listados pelos oposicionistas para justificar a criação da CPI. Não vamos, portanto, permitir que fatos que vitimam pessoas, que lamentáveis tragédias decorrentes da violência, que são problemas reais de todo País e não só do Rio Grande do Sul, sejam usados para fins de exploração política", adiantou o deputado petista.
Ele alerta a população para que fiscalize o trabalho da CPI com o intuito de evitar que as investigações descambem para o lado sensacionalista.
Para o deputado Ivar Pavan, esta primeira audiência pública não deixa dúvidas de que a bancada do PT e o governo do Estado estão dispostos a contribuir, da melhor forma possível, para os trabalhos investigativos. "Ouvir o secretário da Segurança, como primeiro depoente, não impede que ele retorne ao Legislativo outras vezes, já que a CPI trata da política de segurança pública, e ele é o representante do Governo nesta pasta", disse Ivar Pavan, não entendendo a resistência dos parlamentares acerca das proposições do PT.
Os primeiros depoimentos, agendados para o dia 03 de maio próximo, serão os da presidente da Associação de Criminalística do Rio Grande do Sul, Marion Werlhi, da presidente do Sindiperícia, Adriana Nunes Wolffenbüttel e do presidente da Associação Legista, Salim Sessi Paulo. Os deputados aprovaram, ainda, uma visita ao serviço 190 e uma reunião com o procurador-Geral da Justiça, Claudio Barros Silva, ainda hoje. As reuniões ordinárias serão nas segundas-feiras e as extraordinárias nas quintas-feiras.
04/23/2001
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