Petistas afirmam que depoimento de Bisol expõe contradições da oposição



“Não se faz CPI de um partido, mas de um fato ilícito”, disse o secretário nas considerações iniciais de seu depoimento

Na presença de praticamente toda bancada de apoio ao governo Olívio Dutra, o secretário estadual de Justiça e Segurança está sendo ouvido pela CPI da Segurança Pública há mais de três horas e já fez duras críticas à forma como os trabalhos estão sendo conduzidos. José Paulo Bisol fez uma defesa incondicional do governador Olívio Dutra e pediu que os deputados da oposição deixem de agir de forma parcial. O secretário disse que não se faz CPI de um partido, mas sim de um fato ilícito.

O líder do governo na Assembléia, Ivar Pavan (PT), entende que o depoimento de Bisol confirma o que a bancada petista vem denunciando desde que a CPI abandonou a investigação dos 13 itens que justificaram a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito. “A análise do secretário Bisol é correta, pois esta CPI deixou de examinar questões relativas à segurança pública para perseguir o governo gaúcho e caluniar o PT”, afirmou o deputado.

Na opinião de Ivar Pavan, a CPI se recusou a aprofundar os temas relacionados inicialmente depois que os deputados de oposição constataram que nada ficaria comprovado contra o governo estadual. “Nos acusaram de sucatear o IGP - Instituto Geral de Perícias - e ficou demonstrado que nossa gestão estava recuperando o órgão com investimentos e contratação de pessoal. Depois quiseram nos responsabilizar por superfaturamento na aquisição de material de limpeza para escolas públicas e ficou provado que a prática começou no governo Collares, foi mantida na administração de Britto e que nosso governo foi o único a abrir inquérito para investigar a denúncia. Chegaram a dizer que o governo Olívio Dutra tinha ligações com a máfia internacional dos jogos, mas quem tem vínculos e advoga para empresas que atuam no ramo dos jogos eletrônicos e banqueiros não ocupa cargo de confiança no Executivo estadual e veio até a CPI testemunhar contra o governo”, argumentou Pavan.

O deputado Ronaldo Zülke (PT) reforça a tese de que a CPI não passa de um palanque eleitoral da oposição, perguntando por que a Comissão não pesquisa a relação de policiais com o jogo do bicho ou mesmo as denúncias de lavagem de dinheiro feitas pelo presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes de Oliveira. “A oposição preferiu gastar seis meses tentando produzir provas contra o governo da Frente Popular do que trabalhar seriamente pela segurança pública”.

Para o parlamentar, a CPI irá concluir seus trabalhos no próximo dia 14, quarta-feira, sem apresentar nenhuma sugestão para reduzir a criminalidade no Rio Grande do Sul. “Ao invés disto irão propor uma nova CPI para investigar o Clube de Seguros da Cidadania mas, contraditoriamente, se negam a apoiar uma CPI para analisar o financiamento de todas as campanhas eleitorais”.

O líder da bancada petista fez novo apelo para que os deputados da oposição assinem o requerimento para instalação da CPI proposta pelo PT e PCdoB. Elvino Bohn Gass ainda observou o constrangimento dos adversários do governo Olívio Dutra diante do depoimento de José Paulo Bisol. “Ele revelou que em 30 anos atuando como juiz nunca tinha visto algo desta natureza, onde as testemunhas são tratadas como réus, acusações são feitas sem provas, inquéritos surgem sem fato determinado para investigar e suspeitas são tratadas como verdades”, analisou Bohn Gass.


11/09/2001


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