32ª Seção Brasileira da Reaf aprova curso de formação para jovens de lideranças rurais
A 32ª Reunião da Seção Nacional Brasileira sobre Agricultura Familiar (Reaf) do Mercosul, terminou na sexta-feira (23), com a conclusão das discussões dos Grupos de Trabalho (GT) de Juventude Rural, Acesso a Terra e Reforma Agrária, e de Facilitação do Comércio.
O primeiro GT foi o de Juventude Rural, em que foi aprovada a realização de um curso de formação para jovens lideranças do rural brasileiro. O curso, que acontecerá em outubro, no Paraná, é uma parceria do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) com a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), a Reaf e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), e irá atender 40 jovens.
Ana Carolina Silva, assessora especial para Juventude do MDA, ressaltou a importância do curso. “O curso, que tem as jovens lideranças dos movimentos sociais como público-alvo, vai ajudar a inserir no centro da pauta da reunião o tema da juventude rural, incorporando este debate decisivo para o desenvolvimento sustentável do Brasil e de todo o Mercosul”, explicou.
Durante as discussões do GT foi apresentado o Programa Nacional de Educação no Campo (Pronacampo), que irá garantir a ampliação da oferta de educação básica e superior, respeitando a cultura e o modo de vida dos povos do campo, da floresta e das águas. O grupo também tratou da pesquisa sobre o Acesso dos Jovens à Terra, que está sendo desenvolvida pelo ministério para identificar o perfil e a situação da juventude rural.
Para Ana Carolina, a pesquisa será um profundo diagnóstico da realidade dos jovens no campo. “Temos o desafio de conhecer cada vez mais a realidade da juventude do meio rural e esta pesquisa, que está em sua primeira fase, vai auxiliar na construção e melhoria das políticas públicas para este segmento”, justificou.
O Grupo de Trabalho de Acesso a Terra e Reforma Agrária ampliou a discussão sobre o direito de acesso a terra dos povos e comunidades tradicionais. O assessor especial para povos e comunidades tradicionais, Edmilton Cerqueira, comemorou a incorporação do tema no GT. “Estamos ampliando o debate de forma muito solidária, indo além do público beneficiário da Reforma Agrária, incorporando a questão dos direitos dos quilombolas, extrativistas e indígenas para dentro do Mercosul”, disse.
Cerqueira também destacou a discussão sobre o projeto Quilombos das Américas - Articulação de Comunidades Afro-rurais, que tem o objetivo geral de promover a soberania alimentar e a ampliação do acesso aos direitos econômicos, sociais e culturais de comunidades afro-rurais nas Américas, e busca fomentar a construção de uma rede de cooperação interinstitucional. “É uma oportunidade de se conhecer melhor a realidade dessas comunidades e dos seus respectivos países, quais são as suas demandas e as possibilidades de superação das dificuldades”, resumiu ele.
Outro tema que entrou no debate do grupo de Acesso a Terra e Reforma Agrária foi a regularização fundiária no Brasil. Representando o Programa Terra Legal, Shirley Nascimento destacou que a experiência nacional é muito rica. “Estamos desenvolvendo na Amazônia o maior projeto do mundo no tema da regularização fundiária. Já medimos mais de 37 mil parcelas e temos muito o que contribuir com outros países”, afirmou.
O último GT foi o de Facilitação do Comércio, em que foi apresentado o informe anual sobre implementação nacional dos mecanismos de registro dos agricultores familiares. O consultor da Secretaria de Agricultura Familiar do ministério, Jacksonvillian Nagornni, apresentou os avanços na construção destes instrumentos. “Desde a resolução 25 da Reaf, temos colaborado com os outros países do bloco para o desenvolvimento e implantação de instrumentos que permitam conhecer e acompanhar o desenvolvimento da agricultura familiar”.
Ele destacou que cada país membro do Mercosul está em estágios distintos de implantação destes mecanismos. No Brasil, por exemplo, segundo Nagornni, aproximadamente 85% dos agricultores familiares já têm Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Na Argentina, cerca de 40% dos agricultores estão cadastrados, e, no Uruguai, o registro formal chega a 50%.
Fonte:
Ministério do Desenvolvimento Agrário
26/03/2012 17:19
Artigos Relacionados
Paula Souza: 50 jovens da Febem recebem diploma do curso de Formação Inicial Continuada
Seção brasileira da agricultura familiar comemora resultados
Seção brasileira da comissão da bacia da Lagoa Mirim se reúne em Pelotas (RS)
Governo define políticas para jovens rurais
Representante da ONU apela para que governos invistam na formação de jovens
Inclusão digital chega para jovens de comunidades rurais do Paraná