79% dos brasileiros rejeitam represália militar americana
79% dos brasileiros rejeitam represália militar americana
Quatro em cada cinco brasileiros (79%) condenam ataques norte-americanos aos países que dão abrigo aos responsáveis pelo atentados terroristas que destruíram o World Trade Center e parte do Pentágono em 11 de setembro, revela pesquisa nacional do Datafolha em 127 municípios.
Apenas 15% apoiariam ação militar dos EUA contra esses países, e 4% não têm opinião formada. Para 1%, tanto faz.
De acordo com 49%, os ataques aos EUA terão muita influência no Brasil.
Em nenhum segmento - sexo, idade, religião, escolaridade ou renda familiar, região de que é morador ou preferência partidária - houve maioria favorável a uma resposta armada dos norte-americanos.
Da mesma maneira, 78% dos entrevistados se opõem à participação de militares do Brasil numa possível retaliação.
Só 8% dos brasileiros disseram não saber dos ataques aos Estados Unidos. (pág. 1 e cad. especial, pág. 30)
* Acontece hoje, no Ibirapuera, às 10h, um ato multirreligioso contra a possibilidade de guerra. (pág. 1 e C9)
* (Peshawar) - Em busca de ajuda econômica, o presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, assumiu o risco de colaborar com os Estados Unidos e enfrenta a discordância da população de maioria islâmica.
Um ataque ao Afeganistão poderá unir islâmicos moderados e radicais contra o governo. Apesar do risco, Musharrf avalia não ter opção. O FMI prepara um pacote de US$ 2,5 bilhões para o país. (pág. 1 e cad. especial, pág. 1)
* Os Emirados Árabes romperam relações com o grupo extremista islâmico Taleban. (pág. 1 e cad. especial, pág. 1)
* O Pentágono está redigindo uma "lista de compras" para a guerra contra o terrorismo anunciada pelo presidente George W. Bush após os atentados do dia 11. As perspectivas do complexo industrial-militar norte-americano são as melhores dos últimos anos.
A oposição no Congresso contra a hipótese de aumentos nos gastos militares praticamente desapareceu após os ataques contra Nova York e Washington. O Pentágono deverá obter mais cerca de US$ 50 bilhões para o orçamento do ano que vem. (pág. 1 e cad. especial, pág. 5)
* (Nova York) - Os títulos da dívida externa do Brasil foram os que mais perderam valor entre os papéis de países emergentes após os atentados terroristas nos EUA, desvalorizando-se mais até do que seus similares argentinos.
Os títulos brasileiros caíram 6,51% em duas semanas - no ano, a perda é de 8,12%.
Os atentados atrasarão em alguns meses a retomada da economia dos EUA, dizem especialistas. (pág. 1, B3 e B5)
* Dos entrevistados para pesquisa do Datafolha, 53% acham que economia do Brasil vai piorar. (pág. 1)
* (Rio) - O chefe da área de mídia do Departamento Antitruste da Comissão Européia, Herbert Ungerer, avalia que o avanço dos grandes grupos de telecomunicações sobre a mídia pode levar a medidas preventivas para assegurar a pluralidade de informações. Para Ungerer, os avanços técnicos trazem desafios no que diz respeito à regulação dos mercados. (pág. 1 e A4)
* "Foi o advento do segundo avião sobrevoando a Estátua da Liberdade em baixa altitude: foi esse o instante definidor. A partir desse momento, a América começou a vislumbrar a fantástica veemência que se armava contra ela. A mensagem transmitida em 11 de setembro foi a seguinte: América, chegou a hora de descobrires quão implacavelmente és odiada." (Martin Amis) (pág. 1 e cad. especial, pág. 12)
Editorial
"Escombro doutrinário"
A primeira vítima da economia de guerra criada pelos atentados terroristas é a corrente de economistas e líderes políticos que ficou conhecida como "neoliberal".
Mal anunciou sua guerra ao terrorismo, o presidente Bush colocou em marcha um conjunto de instrumentos de política econômica típicos de Estado forte e intervencionista - algo que, supostamente, teria há muito se transformado num dinossauro político e institucional.
A economia dos EUA vinha em desaceleração com aumento de desemprego, situação que se agrava rapidamente. A convocação de reservistas atua no sentido oposto.
A elevação dos gastos em segurança, inclusive em tecnologias de informação e comunicação, vigilância eletrônica e logística também tenderá a ocorrer se a mobilização do governo Bush tornar-se, como é provável, uma operação prolongada que desdobra em vários níveis. (...) (pág. A2)
Colunistas
Painel
Geraldo Alckmin (PSDB-SP) decidiu apoiar a pré-candidatura de José Serra (Saúde) na sucessão presidencial. É a primeira grande divergência do governador paulista com o pensamento de Mário Covas, que defendia Tasso Jereissati (PSDB-CE).
* O governador paulista deve esperar um pouco mais para declarar publicamente seu apoio a José Serra, mas seus aliados no PSDB paulista já estão trabalhando em favor da candidatura do ministro da Saúde.
* Aliados de Serra garantiram ao governador que, no caso de não conseguir viabilizar seu nome para a eleição presidencial, o ministro não tentará disputar o governo paulista em 2002.
* Após voltar da conferência contra o racismo, em Durban, José Gregori (Justiça) decidiu trocar o nome do "Salão Negro" do ministério. Passou a chamá-lo "Salão da Cidadania". (pág. A4)
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