Deputado considera "represália" do governo



Deputado considera "represália" do governo O líder do PPS na Assembléia Legislativa, deputado estadual Bernardo de Souza, considera represália do Executivo o anúncio de uma medida judicial para anular a formação da bancada do partido na Assembléia Legislativa. Souza estranhou que o anúncio tenha sido feito no dia da aprovação do requerimento de sua autoria que cria uma subcomissão mista para analisar a gestão do Caixa Único do Estado. O PSB é um dos partidos da base de sustentação do governo no Rio Grande do Sul. "Faz uma semana que estou sendo ameaçado. Só não sabia como seria feito", disse. Souza lembrou que, ao trocar de sigla, em dezembro de 2000, consultou o então presidente da Assembléia, Otomar Vivian, sobre a manutenção da bancada. Segundo o deputado, Otomar consultou a Procuradoria-Geral, que teria dado parecer favorável ao caso. "Essa é uma tentativa de deixar sem assessoria e sem estrutura um deputado que exerce sua prerrogativa fiscalizadora", concluiu. Conforme Souza, uma resolução de 1997 anulou dispositivos da Lei 8.331, de 1987, que dispõe sobre os cargos. O parlamentar acrescentou, ainda, que o Executivo pretende acabar com sua assessoria na área de finanças, que tem apresentado números sobre a utilização dos recursos do Caixa do Tesouro. "Em vez de mandarem as informações que estão me devendo há um ano e meio, eles preparam uma represália", acusou. Souza argumentou também que é um dos deputados mais econômicos da Assembléia. "Temos direito a gastar oito diárias de viagem por mês ou 92 por ano. Em 2000, utilizei somente nove diárias", comentou. Senadores garantem que Jáder será processado Após o depoimento do presidente licenciado do Congresso, senador Jáder Barbalho (PMDB-PA), ontem, os senadores Jefferson Peres (PDT-AM) e Romeu Tuma (PFL-SP), dois dos três integrantes da comissão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, asseguraram que o destino dele será responder a um processo por quebra de decoro parlamentar. Nem mesmo com ameaças veladas a alguns senadores e ao governo, Jáder conseguiu se livrar do processo. A tática dos parlamentares, mantida em sigilo até então, é a de enquadrá-lo por abuso de poder. É assim que eles caracterizam o fato de Jáder ter engavetado, de março a junho, o requerimento da oposição ao BC pedindo cópia das auditorias, sindicâncias e inspeções feitas no Banpará no período de 1983 a 1987, quando ele era governador do Estado. No entender de Peres, o presidente do Senado atuou em causa própria. Jáder proibiu a gravação do depoimento, que durou três horas e meia. As palavras dele foram taquigrafadas, mas a divulgação do texto dependerá da autorização dele. No gabinete, ele respondeu a todas as perguntas, invariavelmente, valendo-se da estratégia de afirmar que foi inocentado pelo BC da acusação de ter sido beneficiado com recursos desviados do Banpará. O senador repetiu que está sendo vítima de uma campanha de difamação. Pela primeira vez, ele foi categórico, ao negar que tenha se beneficiado de recursos desviados do Banpará. Jáder justificou o patrimônio milionário, dizendo que é fruto do trabalho como advogado, professor de educação e empresário. RS prossegue como segundo estado exportador As exportações gaúchas cresceram 16,42% nos sete primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2000, totalizando US$ 3,75 bilhões. Esse resultado garantiu ao Estado a vice-liderança no ranking brasileiro de exportações pelo segundo mês consecutivo, segundo os dados divulgados ontem pela Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai). Até junho, o RS havia vendido, para o mercado externo, US$ 11 milhões a mais do que Minas Gerais, que até então era o segundo estado que mais exportava. Contabilizando nesse acumulado o mês de julho, essa diferença salta para US$ 139 milhões. A indústria foi responsável por 82% do total exportado. A pauta gaúcha continua liderada pelos calçados, cujas vendas cresceram 8% e totalizaram US$ 693 milhões entre janeiro e julho na comparação com os sete primeiros meses de 2000. Apesar da crise argentina, as vendas para o país vizinho aumentaram 18% no período. Para o diretor de assuntos internacionais da Sedai, Ricardo Schaefer, a baixa competitividade da indústria argentina tem beneficiado o calçado gaúcho. "Apesar de as exportações para a Argentina terem caído 0,61%, alguns setores, como o calçadista, são beneficiados pelos problemas internos do país vizinho, e conseguem aumentar a participação naquele mercado", explica. O produto que registrou maior aumento nas vendas foi a soja. Devido aos problemas sanitários da Europa, que levaram à substituição do farelo animal pelo farelo de soja na alimentação do gado para evitar a doença da vaca louca, as exportações do produto cresceram 149%. "A redução da oferta mundial e o aumento de importações de soja por parte da China também tiveram papel primordial nesse incremento", afirma Schaefer. A diversificação de mercados é apontada por ele como uma conquista. "Além da China, o México também tem importado cada vez mais", explica. O Estado também reconquistou o mercado russo para as carnes suínas. As importações gaúchas apresentaram crescimento, totalizando US$ 2,34 bilhões, o que representa uma elevação de 11% em relação ao acumulado de janeiro a julho do ano passado. O resultado foi um superávit de US$ 1,41 bilhão até julho, montante 27% superior ao apurado em igual período de 2000. O assessor econômico da Fiergs, Alexandre Barbosa, explica que, caso o desempenho das exportações de agosto a dezembro do ano passado se repita, o Estado contabilizará o maior recorde de exportações da sua história. As perspectivas são de que as vendas continuem crescendo no segundo semestre. Segundo Schaefer, o Estado tem desenvolvido ações no sentido de estimular as empresas de pequeno e médio porte a exportar. "Estamos facilitando o acesso a feiras e oferecendo cursos de capacitação para o comércio internacional, entre outras iniciativas", destaca. Manifestação pára o Centro da Capital A passeata dos servidores federais em greve paralisou o Centro de Porto Alegre na manhã de ontem. Diversas categorias - entre elas os professores e servidores da Ufrgs e os funcionários do INSS - protestaram contra o período de sete anos sem reajuste salarial e o sucateamento das instituições. O trânsito só voltou ao normal no começo da tarde, quando os mais de três mil manifestantes (segundo cálculos dos organizadores) se dispersaram. Houve congestionamento no túnel da Conceição, na avenida Mauá e rua General Câmara. O próximo protesto nacional da categoria está marcado para o dia 7 de setembro, no Grito dos Excluídos. Os servidores reivindicam 75,48% de aumento, realização de concurso público e direitos de aposentadoria. A passeata terminou em frente ao Banco Central, na Rua 7 de Setembro, cujos funcionários também estão em campanha salarial. Com faixas, cartazes, músicas e até um boneco do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, vestido como vampiro, os manifestantes percorreram as ruas do Centro e receberam o apoio da população. Funcionários de prédios localizados no trajeto jogaram papéis picados durante a passeata e aplaudiram os grevistas. "A manifestação foi considerada bastante positiva, principalmente pelos número de participantes e pela receptividade do público", diz Marizar de Melo, presidente do Sindicato dos Servidores Federais (Sindiserf). Além dos técnicos, professores e servidores da Ufrgs e do INSS, estiveram mobilizados os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Justiça Federal, que também estão de greve por tempo indeterminado. Também estiveram na passeata a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Sindicato dos Bancários e o Diretório Central de Estudantes (DCE). Os próximos dias serão marcados por novas decisões dos servidores federais. Várias categorias decidirão em assembléia se aderem ou não à greve. Os servidores do Ibama e do Incra se reunirão na próxima segunda-feira. Dia 6 será a vez do Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNER) e dia 7 decidirão os servidores da Funasa (em Porto Alegre), Ministério da Saúde, Vigilância Sanitária e Delegacia Regional do Trabalho (DRT). Servidores do IBGE entram em conflito com a PF Os servidores do IBGE, que decidiram em assembléia impedir a entrada de funcionários nas 8 agências da entidade do Estado, entraram em conflito ontem de manhã com a Polícia Federal (PF) na sede principal do Instituto em Porto Alegre. Os funcionários, que estão em greve acompanhando a paralisação dos demais servidores federais, tentaram bloquear o acesso dos diretores da instituição ao prédio do IBGE, na avenida Augusto de Carvalho, no Centro da Capital. A direção mobilizou a Polícia Federal, que liberou a entrada. População recebe esclarecimento sobre males do fumo Dezenas de pessoas visitaram ontem o estande dedicado ao tabagismo instalado no Praia de Belas Shopping, em Porto Alegre, no Dia Nacional de Combate ao Fumo. Sob orientação de especialistas da Secretaria Estadual da Saúde (SES) e da Sociedade de Pneumologia do RS, a população pôde tirar dúvidas sobre os problemas causados pelo cigarro. Foram feitas avaliações das funções pulmonares, por um aparelho de espirometria, e da dosagem de monóxido de carbono no sistema respiratório. A presidente da Sociedade de Pneumologia, Jussara Fiterman, salientou que o cigarro não causa apenas danos aos pulmões, mas também provoca infecções respiratórias e doenças cardiovasculares. Segundo ela, a procura pelo espaço foi maior por homens e mulheres com mais de 45 anos. O público que visitou o estande recebeu folhetos educativos sobre os malefícios do cigarro e com dicas para parar de fumar. O aposentado João Pizolati, 66 anos, se sentiu atraído pela campanha. Tabagista durante 25 anos, ele parou com o cigarro há quatro anos e fez avaliação sobre as condições de seus pulmões. "Parei de fumar porque sei que faz mal à saúde", explica. A Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) e os hospitais Moinhos de Vento e Clínicas também entraram na luta contra o fumo e promoveram jornadas e cursos em que analisaram assuntos como os mecanismos de dependência da nicotina, a história do tabagismo e implicações cardiovasculares do fumo. O Rio Grande do Sul é o Estado em que há mais fumantes no Brasil. Por isso, sua população é a que apresenta a maior incidência de câncer de pulmão. Colunistas Cenário Político - Carlos Bastos Piratini trouxe goiano Mauro Borges O Palácio Piratini conseguiu trazer a Porto Alegre para participar de sua programação em homenagem aos 40 anos do Movimento da Legalidade, liderado pelo então governador Leonel Brizola, seu colega de Goiás, Mauro Borges. Ele foi o único governador de Estado que, em 1961, aderiu ao movimento que pregava o cumprimento da Constituição, para dar posse ao vice-presidente João Goulart. A adesão de Mauro Borges naquela oportunidade possibilitou que a Rádio Brasil Central de Goiânia se integrasse à Rede da Legalidade. Ontem, na programação do governo, foi lançado o livro dos jornalistas Paulo Markun e Duda Hamilton: "Que as armas não falem", e o ex-deputado Brusa Neto (PMDB) recebeu uma medalha por sua atuação naquele episódio, quando foi um dos coordenadores da Rede da Legalidade. Diversas Ex-governador Leonel Brizola fez uma demorada visita à Expointer, ontem à tarde, em companhia de seu amigo José Fidélis Ramos Coelho. Ele retornou ontem ao Rio de Janeiro. Hoje, Brizola participa de um encontro de prefeitos do PDT de todo o País em Niterói, que vai até domingo, dia 1º de setembro. Às 19h, a Câmara Municipal de Porto Alegre realiza sessão especial para assinalar os 40 anos da Legalidade, por iniciativa do vereador Humberto Goulart (PDT). Ontem, outro pedetista, Isaac Ainhorn, pediu para que fosse tocado o Hino da Legalidade. O prefeito Tarso Genro decretou três dias de luto oficial, a partir de hoje, pela morte do vereador Dilamar Machado, que ocupou a presidência da Câmara de Vereadores da capital. A CPI da Segurança Pública volta a se reunir hoje e deverá colher o depoimento do coronel Nélvio Neumann, que acaba de deixar o comando da Brigada Militar. Também será ouvido o proprietário do Bingo Roma, João Cunha, que vai falar sobre as relações comerciais entre as casas de jogos e os fabricantes internacionais de máquinas eletrônicas. O deputado federal Roberto Argenta conseguiu a adesão ao Partido Humanista da Solidariedade de dois vereadores de Novo Hamburgo, Gilson Thoen e Lucindo Amaral. Também se filiou ao PHS o vereador de Arroio do Sal Luciano Pinto da Silva. A deputada Maria do Rosário (PT) afirmou ontem, na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos, que o governo federal humilha os servidores públicos federais ao propor 3% de aumento após 7 anos de reajuste zero. Última A Comissão de Fiscalização da Assembléia aprovou o requerimento do deputado Bernardo de Souza (PPS), solicitando a instalação de uma subcomissão mista para analisar a gestão do Caixa Único do Estado. Houve dez votos favoráveis, sem a participação dos deputados governistas. Começo de Conversa - Fernando Albrecht Poluição visual Enquanto o comércio formal é fiscalizado com toda força na propaganda das fachadas e luminosos, os anunciantes informais fazem uma festa de irregularidades no Centro. Se a prefeitura permite a colocação de faixas e cartazes a rodo, existem aí dois pesos e duas medidas. Salvo se elas são colocadas à revelia. Aí, quem está falhando é a fiscalização. Fica na dúvida se o distinto que pintou a peça publicitária da foto realmente quis escrever "seções" e não "sessões". Quem sabe, é o bronzeamento em partes, dividindo-se o corpo do freguês em dez seções: cabeça na primeira, peito na segunda, braço direito na terceira.... Briga com surfista Pelo jeito a revista Veja quer comprar uma briga com os surfistas. Os outdoors do último número, cuja capa é sobre o novo dicionário de Antônio Houaiss, tem a chamada: "228 mil palavras incluindo as oito que os surfistas já falam". Maldade. Pelo menos este pessoal consegue formar uma frase inteira sem consoantes. Por exemplo, "olha o auê aí, ó", uma espécie de reprimenda, vira "ô auei, ó". Inferno fiscal Vamos deixar bem claro uma coisa: se alguém quiser guardar o seu rico dinheirinho em algum paraíso fiscal, não deve fazê-lo na tal ilha de Jersey, um dos muitos paraísos fiscais existentes. Lá eles entregam o ouro para os bandidos. Ou melhor, entregam o ouro à justiça. Paulo Maluf que o diga. Aqui do lado é muito mais seguro. E mais barato. O bergamotaço Será dia 12 próximo na 1ª Vara da Tristeza a audiência de conciliação do caso do "bergamotaço", envolvendo o craque Ronaldinho Gaúcho e o menino J.J.M. O Escritório de Advogacia AAHP representa o menino na ação indenizatória, motivada pelos ferimentos a ele causados quando caiu da bicicleta, depois de ter sido atingido por uma bergamota jogada por Ronaldinho do seu carro. Pacto lourenciano Lideranças de São Lourenço do Sul estiveram reunidas ontem para discutir a criação de um Pacto Comunitário. Iniciativa da Associação Comercial e Industrial, envolve todos os líderes do município: prefeito, secretários do governo municipal, vereadores, presidentes de partidos políticos, entidades, sindicatos, conselhos municipais e órgãos de imprensa, onde todos se comprometem a trabalhar unidos em torno de dez questões prioritárias de interesse da comunidade. Gaúcho paulista... Festa gaúcha promovida no Interior, em que a pilcha toma conta de toda a cidade não é novidade, certo? Certo, mas é novidade quando é no Interior de São Paulo. Promovida pela Secretaria de Turismo de São Pedro (0xx19 3481-9215), a festa será de 6 a 9 de setembro com shows gaudérios, desfiles, missa crioula etc. O pórtico da cidade será emoldurado por bonecos de gaúchos pilchados com cinco metros de altura. Na origem está um certo tropeiro gaúcho chamado Floriano da Costa Pereira, o Florianão. ...e gaúcho carioca Outra festa gaúcha que poucos conhecem acontece em Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Na origem desta tradição estariam os gaúchos que se deram mal aqui e arrancharam lá após 1835. Ressalte-se que não são festas de CTG, mas da cidade. Um professor gaúcho, Décio Andreotti, conta que ficou empolgado com a reverência com que se trata o 20 de Setembro por lá. Em recente jantar, este colunista comentou isso com o vice-governador Miguel Rossetto, que se mostrou muito interessado no assunto. A visita de Janer Está em Porto Alegre para breve visita o jornalista Janer Cristaldo, cuja passagem pelos jornais sempre foi marcada pela polêmica. Como todos os que cometem a ousadia de criticar os ícones, também ele sofreu na carne os rigores dos politicamente corretos. Uma matéria sobre Jorge Amado, há anos, custou-lhe o emprego em jornal paulista, por pressão da esquerda. Idem uma matéria sobre os ianomamis, que lhe valeu um processo que tramita até hoje. Novo comandante As primeiras entrevistas dadas pelo novo comandante da Brigada Militar, coronel Gerson Nunes Pereira, permitem que se diga que o homem é firme e correto nas suas convicções como brigadiano e como comandante. Sua idéia de aumentar a presença de PMs nas ruas merece aplausos. Em resumo, agradou. Torçamos para que ele consiga dar um jeito na atual situação. Dificuldades clubísticas De vez em quando surgem rumores sobre a difícil situação financeira deste ou daquele clube social. A inadimplência é fortíssima, sabe-se. O que muitos associados começam a se dar conta é sobre a relação custo/benefício. Quando vem um show ou baile, o associado paga igual ou um pouco menos que o não-associado; se alguém da família quer tirar um curso de judô, natação, usar a sauna ou qualquer outro item, paga também. Resumindo: qual a vantagem de ser sócio, ainda mais que o título não vale coisa alguma? Miúdas Dom Antônio Cheuiche fala hoje ao meio-dia na ADCE. Mudanças no perfil do consumidor de café fez a Z Café lançar seu Z Capuccino. Espaço Corte Real leiloa, dia 4, coleção de cristais Baccarat e móveis ingleses. GKN (R$350 mil) e Johnson & Johnson (R$ 100 mil) reforçam o Hospital da Criança Santo Antônio. Dia 3 oito estudantes de Direito da Universidad del Salvador, Buenos Aires, visitam o TRT. Professor Sérgio Borja, pré-candidato ao senado pelo PDT, fala na Câmara sábado às 12h30min. Senai/Sinduscon NH entregam unidade móvel de capacitação de trabalhadores do setor. Aprovada lei de Paulo Brum (PSDB) denominando Estação Via Porto a parada na Sertório. Conexão Brasília - Adão Oliveira Jáder Barbalho virou pé frio. Bastou ele sentar ao lado de Edison Lobão na mesa do Senado, para o presidente em exercício da Casa perder a prerrogativa de ser o presidente do Congresso Nacional. Ontem, Jáder Barbalho reapareceu no plenário do Senado para deliberar sobre a indicação do procurador do Banco Central, José Coelho Ferreira para o Supremo Tribunal Militar. Sentou à mesa ao lado de Lobão. Minutos depois, coincidentemente, o Supremo Tribunal Federal deu o parecer a favor do deputado Efrain Moraes. Moraes deverá ser o presidente do Congresso Nacional enquanto Jáder Barbalho estiver de licença. Coincidência Jornalistas que cobrem as sessões do Supremo Tribunal Federal estão admirados com a coincidência dos votos dos ministros Nelson Jobim e Ellen Gracie Northfleet. Normalmente os dois ministros de notável saber jurídico têm a mesma opinião sobre as questões em votação. Ontem, os dois votaram contra o senador Edison Lobão, na questão da presidência do Senado. Influência O senador Pedro Simon criticou o ministro Pedro Malan, da Fazenda, por ele ter comemorado o aniversário de sua mulher Catarina, na casa do banqueiro Pedro Sales, do Unibanco. Para Simon, Malam infringiu o código de conduta do servidor público que proíbe qualquer servidor aceitar presentes com valor superior a R$ 100,00. Simon tentou vincular o lucro do Banco com o tráfico de influência junto ao Governo. PMDB O senador Maguito Vilella, presidente interino do PMDB, foi chamado de “insano e despreparado” pelo governador pernambucano Jarbas Vasconcellos, de seu partido. Tudo isso porque Maguito acusou o governo - através dos ministros peemedebista Eliseu Padilha, Ovídio de Angelis e Ramez Tebet - de estar comprando votos dos convencionais do partido, em favor de Michel Temer. O PMDB rachou e abriu um processo autofágico. Ameaça O senador Jáder Barbalho - às vésperas da cassação - faz ameaça aos senadores. Ele diz que seus, ainda, colegas poderão abrir um grave precedente se fizerem um julgamento alheio às suas atribuições e competências. A ameaça se prende ao fato de o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar abrir o processo de Jáder ao tempo em que ele foi governador do Pará. “É melhor mudar as regras e permitir que o Conselho investigue toda a vida públicados parlamentares”, argumentou. Convocação Armínio Fraga, o competente presidente do Banco Central, vai ser convocado novamente ao Senado para depor de forma definitiva sobre o envolvimento de Jáder Barbalho no desvio de dinheiro do Banco do Estado do Pará. Ontem, ao depor perante ao Conselho de Ética, Jáder sustentou sua defesa em relatórios do Banco Central. Armínio deverá esclarecer tudo. Editorial Racismo socioeconômico no Brasil e no mundo Amanhã, na África, a Conferência Mundial contra o Racismo deve marcar uma forte presença do Brasil, nós que somos, sem dúvida e apesar dos contestadores profissionais e por modismos, a maior democracia racial, religiosa e social do mundo. Fruto de séculos de tolerância, imigração e miscigenação, o Brasil amalgamou-se, incluindo-se aí os defeitos inerentes, na argila da condescendência, da igualdade por baixo, da submissão à metrópole portuguesa e da incorporação de usos e costumes de índios e negros, que forjaram a alma nacional, mesmo que ainda, fisicamente, não tenhamos o biótipo do homem brasileiro. Os Estados Unidos não estarão presentes com o que tem, no momento, de mais representativo na integração dos negros, o general da reserva remunerada Collin Powell, ex-chefe do estado Maior das Forças Armadas e quem comandou a "Operação Tempestade no Deserto", na Guerra do Golfo, contra Saddam Hussein. Cogitado a ser candidato a presidente, Powell recusou, alertado por sua mulher que não titubeou em dizer-lhe que, antes de assumir a Casa Branca, seria assassinato. Não se duvide, questões raciais puxaram os gatilhos que mataram John Kennedy, Robert Kennedy e Martin Luther King. Preocupados em preservar Israel de críticas justo quanto há uma guerra no Oriente Médio, mais uma, os EUA não comparecem em Durbam, pelo menos com o primeiro escalão. Patrocinada pela ONU, a Conferência pode avançar e servir de palco para o Brasil, na questão. Com mais de 60% da sua população constituída de negros ou mulatos, o País observa pequena participação desse contingente em setores da vida econômica nacional, embora salientes na música e cultura. Recém o mundo publicitário acrescenta crianças e atores negros em seus comerciais, o mesmo acontecendo nas novelas, um dos mais poderosos meios de divulgação dos usos e costumes. Fernando Henrique Cardoso anunciará percentual obrigatório de vagas para negros nos cursos universitários federais. Não é tudo, mas certamente um bom começo. Nos EUA, existe a obrigatoriedade de atores negros em papéis politicamente corretos, "mocinhos", nos filmes de Hollywood, bem como índice legal de pessoas de cor em empresas, serviços públicos e forças armadas. Aqui é mais fácil, há corporações onde a mistura dá-se ao natural, caso da Marinha, Exército e Força Aérea, democráticas por origem, corte vertical da sociedade, mas onde a presença dos negros estaciona nos graduados, restando poucos no oficialato. Mas não é segregação racial, mas sim socieconômica. Os negros são a maioria entre as classes mais pobres. Estas, não têm a vida facilitada para estudar, trabalhar e, via de conseqüência, passar nos concursos às melhores carreiras. Temos ainda um longo caminho a percorrer mas a largada deve vir através de dispositivos legais para impor, e certamente que serão questionados, integração nos serviços públicos, nas empresas e nos esportes, embora se reconheça que, aí sim, a presença dos negros e mulatos é preponderante, por ser um caminho fácil de escalada social. Temos óbices e preconceitos, sem dúvida, porém distantes anos-luz do que ocorre justamente nos Estados Unidos, na Alemanha e outros países, onde a xenofobia volta, em meio à crise de empregos. Aqui, a exclusão do negro é financeira, em primeiro lugar. Com dinheiro e cultura, ele freqüenta os melhores locais, o que não acontece, em situação idêntica, no Sul dos Estados Unidos. Que somos tolerantes e uma democracia racial e religiosa provou a jovem Sílvia Abravanel, ao confraternizar os seqüestradores, ser evangélica e, liberta, brincar, na frente da imprensa, com a religião do seu pai, algo impensável em outras nações. Topo da página

08/30/2001


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