A importância da Secretaria de Editoração e do Conselho Editorial do Senado



Agaciel da Silva Maia

A educação e a democratização do acesso ao conhecimento e às variadas tendências do pensamento são considerados, ao mesmo tempo, indicadores e geradores do desenvolvimento de uma nação. Nesse aspecto, o Senado Federal tem oferecido ao país exemplos luminosos de iniciativas que contribuem desde seus primórdios para a consolidação das idéias e dos princípios da liberdade no consciente coletivo do povo brasileiro.

Não fosse apenas pelo seu papel de arquiteto incansável dos pilares da democracia, reveste-se, ao longo de sua trajetória, como gestor da cultura-cidadã, na multiplicidade de instrumentos com que procura preencher todos os espaços da manifestação humana. É o Senado, hoje, um extraordinário complexo multimídia, como poucos existentes no mundo moderno.

Esse foi o escopo do Conselho Editorial, criado no âmbito organizacional da instituição em 1997, com a missão de fazer publicar obras de suma relevância para a compreensão da estrutura política, econômica e social do Brasil. Disponíveis aos historiadores, universidades e pensadores brasileiros, somam-se em tão curto tempo cinco das mais consistentes coleções da bibliografia histórica brasileira.

Na coleção Biblioteca Básica Brasileira, composta por 21 obras, tem-se um amplo acervo documental dos momentos mais significativos do processo de implantação da democracia no país. As viradas do Império à República, a vivificação das instituições políticas, o registro das memoráveis passagens da história, assinadas por autores como Afonso Arinos, Oliveira Viana, Carlos Castelo Branco e tantos que imortalizaram em suas obras os estremecimentos da vida nacional. Ver-se-á, por exemplo, toda a efemeridade do fenômeno Jânio Quadros e a verdadeira visão de sua renúncia; a real expressão de Rodrigues Alves no concerto institucional brasileiro; as contribuições de todos os políticos que personificaram a alma do padrão brasileiro de fazer a política; enfim, inesgotáveis procedimentos que fizeram do Brasil uma das mais ricas experiências da visão democrática do mundo contemporâneo.

Nos Clássicos da Política, surge como um dos balizamentos mais procurados pelos historiadores coletânea de textos de Sócrates, Platão, Maquiavel, Miguel de Cervantes, Mauricio de Nassau, Marquês de Pombal, Dom Pedro II, para citar alguns, condensados no título Conselho aos Governantes, autênticas jóias da literatura universal.A substância da coleção Brasil 500 anos, com seus 22 títulos, figura como um dos marcos do complexo literário brasileiro, dada a importância do seu conteúdo e a profissionalidade de sua compilação. Um deles, de Luis Edmundo, O Rio de Janeiro no Tempo dos Vice-Reis, mereceu análises detalhadas dos maiores jornais brasileiros, em suas colunas especializadas.

A coleção Memória Brasileira, como revela seu título, resgata nos seus 20 volumes todo o espectro histórico-científico do sistema político nacional, trazendo à superfície desde os atos diplomáticos e suas conseqüências até as liturgias imperiais, passando por obras como O Senado no Império, de Afonso Taunay, Manual do Cidadão, de Silvestre Pinheiro Ferreira, Direito Constitucional Brasileiro, de Alfredo Varela, e Viagem Científica, de Artur Neiva e Belisário Pena. Documentos preciosos revividos pelo Senado Federal.

Por fim, enfeixando o compromisso de expor os paradigmas da saga brasileira, o Conselho Editorial da Casa fez publicar a coleção O Brasil Visto por Estrangeiros, peça de consulta obrigatória por parte dos brazilianistas - estudiosos de outros países da memória e costumes brasileiros - e que demonstra à farta o grandioso potencial da criatividade dos brasileiros e suas origens. A obra O Rio de Janeiro como É, rara e pouco conhecida, cujo autor, C. Schilichthorst, ex-tenente granadeiro do exército imperial alemão, captou com destreza e inteligência o espírito brasileiro e evidencia ser um belo exemplar dessa revisitação.

Os 70 títulos publicados estão aí, à disposição de estudiosos do mundo inteiro, sabendo estar o Senado Federal cumprindo seu papel de alavanca histórica do país, depositário de suas tradições e registros. A cena - as centenas de milhares de páginas da história do Brasil. O cenário - a grandiosidade da nação.

Agaciel da Silva Maia - Economista, pós-graduado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, é diretor-geral do Senado Federal

04/10/2001

Agência Senado


Artigos Relacionados


SECRETARIA DE EDITORAÇÃO DO SENADO INAUGURA IMPRESSÃO EM BRAILE

PUBLICAÇÕES DO CONSELHO EDITORIAL DO SENADO

Senado homenageia ILB, Conselho Editorial e Unilegis

CONSELHO EDITORIAL DO SENADO PRESTA CONTAS A ACM

Exposição marca 15 anos do Conselho Editorial do Senado

Gráfica do Senado prepara lançamentos do Conselho Editorial