ABVT pede apoio à Assembléia para impedir que talidomida faça mais vítimas



Representantes da Associação Brasileira das Vítimas da Talidomida (ABVT) denunciaram, em reunião realizada na Assembléia Legislativa, que o medicamento continua sendo comercializado 40 anos depois do escândalo mundial dos primeiros casos noticiados, ou seja, essa perigosa droga continua fazendo vítimas até hoje. De acordo com Maria da Graça Moraes, membro da ABVT, a droga é produzida livremente no Brasil, tendo um único laboratório faturado U$ 3 bilhões no ano passado com a venda da Talidomida no Brasil. A Talidomida é receitada pelos médicos no tratamento da hanseníase, Aids, câncer, doenças de pele e reumatológicas e, de acordo com o Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde, sua produção, que deveria destinar-se apenas à rede pública de saúde, também encontra lugar certo em farmácias de manipulação. Mesmo tendo sido comprovado que causa deformações nos bebês, o medicamento é distribuído nos postos de saúde sem uma fiscalização rígida, revelaram os denunciantes. Os membros da ABVT informaram que o Brasil é o maior fabricante de Talidomida do mundo e conta com o aval do governo. Segundo informações oficiais, o controle na distribuição da Talidomida segue critérios rigorosos como a proibição de receitar a droga para mulheres em idade fértil e a anotação em livro próprio de todo remédio entregue aos pacientes, no entanto, o que se constata é que o paciente tem direito de levar a cartela de comprimidos para casa, o que representa um sério risco. A deputada Maria do Rosário (PT), relatora da Subcomissão dos Direitos das Crianças, Adolescentes e Famílias em Situação de Vulnerabilidade Social no RS, comprometeu-se a solicitar aos órgãos de saúde pública que inicialmente façam a diferenciação do rótulo do medicamento, alertem a população (especialmente as mulheres) e os profissionais da área médica quanto ao perigo da utilização desse medicamento através de amplas campanhas e que sejam realizadas pesquisas a respeito do número real de vítimas da Talidomida, bem como a cerca de sua presença nos mais diversos tipos de tratamentos. A parlamentar afirmou que também irá pedir à Secretaria Estadual da Saúde, que proíba a utilização do medicamento nas farmácias de manipulação. “A AL irá empenhar-se nesta batalha que está apenas iniciando. É preciso ter um controle mais rígido em relação a esse medicamento e não deixar que suas vítimas fiquem vulneráveis, sem o devido amparo a que têm direito”, finaliza a deputada.

09/14/2001


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