Ação criminosa organizada em SP deixa mais de 70 mortos



Uma série de ataques contra forças de segurança, bancos e ônibus assola a capital de São Paulo desde sexta-feira (12). Foram atacados delegacias, postos, veículos militares e policiais - civis, militares, guardas municipais e agentes penitenciários - em trabalho ou de folga. Rebeliões simultâneas foram iniciadas em 80 penitenciárias, centros de detenção e cadeias em São Paulo, no Paraná e no Mato Grosso do Sul. Nas últimas horas, bancos e ônibus também foram alvo de atentados. Os números são imprecisos, mas calcula-se que houve pelo menos 70 mortes no fim de semana, 68 ônibus incendiados e dez agências bancárias atacadas. Os ataques são atribuídos à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Há notícias de que ônibus estão sendo incendiados também no sul da Bahia e de Minas Gerais. Os atentados pararam cerca de 25% da frota de ônibus de São Paulo. A polícia prendeu mais de 80 pessoas suspeitas de envolvimento com os ataques. Com eles, 97 armas foram apreendidas.

As ações são atribuídas a uma resposta à decisão do governo estadual de isolar líderes do PCC. Na quinta-feira (11), 765 presos foram transferidos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), com a intenção de coibir ações promovidas pelo PCC.

No dia seguinte, oito líderes foram levados para a sede do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), em Santana (zona norte de São Paulo). Entre eles estava o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. No sábado, Marcola foi levado para a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), considerada a mais segura do país. Na unidade, ele ficará sob regime disciplinar mais rigoroso.

São Paulo já enfrentou a violência organizada por facções criminosas em outras três ocasiões. Em fevereiro de 2001, 15 mil presos rebelaram-se simultaneamenteem diversos presídios do estado. O motim foi controlado em 24 horas e houve 19 mortes.

Em novembro de 2003, houve uma onda de ataques contra bases policiais que foi atribuída a uma represália por adoção de medidas de seguranças mais rígidas nos presídios. Em janeiro deste ano, houve quatro ataques a bases da PM. Em48 horas, foram assassinadoscinco policiais.

Repercussão internacional

Os ataques do crime organizado realizados em São Paulo no fim de semana estão tendo repercussão na imprensa internacional. O site da CCN estampa notícia com título Brazil gang attacks leave 52 dead (Ataques de gangues no Brasil deixam 52 mortos). O site britânico BBC publicou reportagem intitulada Gang violence grips Brazil state (Violência de gangues toma estado brasileiro). O espanhol El País traz reportagem intitulada "El número de muertos por las rebeliones contra comisarías de Sao Paulo asciende a 78" ( o número de mortos em rebelião contraforças policiais de São Paulo sobre para 78).



Endereços:

http://www.bbc.co.uk/

http://www.cnn.com/2006/WORLD/americas/05/14/brazil.attacks/index.html

http://www.elpais.es



15/05/2006

Agência Senado


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