Ação da PF contra marido de Roseana vira crise com PSDB









-Ação da PF contra marido de Roseana vira crise com PSDB

- A ação de agentes da Polícia Federal de Brasília para apreender documentos no escritório particular de Jorge Murad, marido da governadora Roseana Sarney, abriu uma crise política entre o PFL, o Planalto e o comando da candidatura de José Serra.

Irritados, Roseana e seu pai, o ex-presidente José Sarney, dizem que uma operação policial desse porte não seria feita sem o conhecimento do diretor-geral da PF e do ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira - que almoçava ontem em Florianópolis com o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, no momento em que a PF deflagrava a ação contra Murad. Bornhausen reclamou com o presidente Fernando Henrique, que também recebeu um telefonema, em tom irritado, de Sarney. "Eu disse ao Presidente que é um incêndio de proporções inomináveis", relatou Bornhausen. Roseana disse que a ação visa intimidá-la. "Mas não vão conseguir. Não sou bandida!" (pág. 1 e 3 a 5)

- O ministro da Saúde, Barjas Negri, disse ontem que na segunda semana de abril, um mês após o grande mutirão marcado para o próximo sábado, haverá uma drástica queda na curva da epidemia de dengue no Rio. Segundo ele, 90% dos focos do mosquito transmissor da doença estão em residências e, por isso, a mobilização da população é fundamental para acabar com a epidemia.
Além de instalar outodoors e balões gigantes, a campanha para motivar a população a participar do mutirão contará com anúncios na TV, um deles estrelados por atores que tiveram dengue, como Stênio Garcia e Lilia Cabral.

Um ato municipal vai autorizar a entrada em residências fechadas e uma lista de tarefas domésticas contra o dengue será distribuída à população.

Ontem, foi registrada mais uma morte pela doença, totalizando 24 no estado. Assim, em dois meses de epidemia, o número de mortes no estado já igualou o de 1991, ano em que ocorreu a pior epidemia no Rio.

Só que em 91 eram 85.891 casos e, hoje, as mesmas 24 mortes ocorrem num universo de 51.963 notificações. (pág. 1 e 11 a 15)

- Um comboio de traficantes levou terror aos motoristas na noite de anteontem e na madrugada de ontem, ao roubar carros e enfrentar a polícia, transformando em praças de guerra a Avenida Brasil, a Linha Amarela, o Elevado da Perimetral e ruas de Bonsucesso e São Cristóvão.

Um PM acabou morto e quatro criminosos foram presos. Os bandidos, que estavam em 27 carros e 15 motocicletas, pretendiam invadir o Morro do Quitungo, na Vila da Penha. Na Avenida Brasil, o "bonde" foi avistado pela polícia e houve o primeiro tiroteio.

A perseguição se estendeu à Perimetral, onde traficantes chegaram a tomar quatro meninas como reféns, mas foram presos. (pág. 1 e 19)

- Líderes do PSB estão pressionando o governador do Rio, Anthony Garotinho, a abandonar sua candidatura à Presidência devido à decisão do TSE que obriga os partidos a uniformizar suas alianças.

O secretário de Meio Ambiente, Eduardo Paes, desistiu de concorrer ao governo do Rio pelo PFL, dizendo que estava abrindo espaço para César Maia. (pág. 1 e 8)

- O ministro Francisco Dornelles disse ontem que os 60 bancos que não entregaram os dados das contas do FGTS receberão multas de até R$ 5 bilhões a partir de 12 de março. Sem essas informações, o Governo terá de atrasar o cronograma de pagamento da correção do Fundo. (pág. 1 e 21)

- O governo suíço bloqueou ontem pouco mais de US$ 1 milhão de duas contas de Ricardo Jerônimo Mello, acusado de envolvimento no desvio de verbas da extinta Sudam. Ele era consultor de José Osmar Borges, ex-sócio do ex-senador Jader Barbalho. Mello foi pego por uma inspeção de rotina que todos os bancos, por lei, são obrigados a fazer. (pág. 2 e 10)

- A divulgação de indicadores que mostram a retomada da economia americana levou euforia às bolsas dos EUA. O Dow Jones subiu 2,60%, fechando no maior nível desde 11 de setembro, enquanto a Bovespa teve alta de 2,20%. A entrada de recursos estrangeiros fez o dólar cair 0,85%, cotado a R$ 2,344. (pág. 1 e 24)

- Os Estados Unidos mantêm um governo paralelo, com cerca de cem altos funcionários, que vivem escondidos em 'bunkers'. Sua missão é permitir que o país continue funcionando caso Washington seja alvo de um ataque dos terroristas da al-Qaeda com armas de destruição em massa.

O plano existia desde a Guerra Fria, mas só foi posto em prática pelo presidente George W. Bush no dia 11 de setembro. (pág. 1 e 29)

- Um dia depois de serem libertadas por ordem do seqüestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o 'Andinho', as irmãs Sônia Moreira Zabani, de 43 anos, e Rosana Batagin, de 52 anos, contaram que ficaram 23 dias em cativeiros diferentes, ambos no meio do mato. "Tenho vergonha de ser brasileira. Nós não temos segurança", disse Rosana. (pág. 1 e 10)

- O Exército Colombiano retomou o último município sob ocupação da guerrilha, a cidade de La Uribe, considerada a capital das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Pelo menos 40 guerrilheiros morreram em combates nas últimas 72 horas.

O governo está pressionando o Congresso a aprovar um projeto para aumentar o recrutamento militar. (pág. 1 e 31)

- A redução da idade de ingresso de crianças no tráfico de drogas no Rio está preocupando a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Estudo realizado pelo organismo com 40 menores constatou que 67,5% deles entraram nas quadrilhas até os 13 anos de idade. Um revelou ter entrado no tráfico aos 8 anos e dois disseram que o fizeram aos 9. (pág. 1 e 18)

- A baixa adesão na passeata convocada para dar apoio ao presidente argentino Eduardo Duhalde mostra que ele está enfraquecido. Durante seu discurso no Congresso, oposicionistas jogaram esterco nas paredes do prédio.

Uma nova missão do FMI chega semana que vem a Buenos Aires para analisar as últimas medidas do governo. (pág. 2 e 24)

- O Governo brasileiro lamentou ontem a decisão americana de sobretaxar em até 18,22% produtos siderúrgicos importados do Brasil e de outros países.

A medida, segundo o ministro Celso Lafer, poderá levar a uma crise mundial no setor. A balança comercial fechou fevereiro com um superávit de US$ 259 milhões, o maior valor desde fevereiro de 1994. (pág. 2 e 23)


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - Tereza Cruvinel

A reviravolta produzida pelo TSE empurra os partidos para o lançamento de chapas puro-sangue, com candidato a presidente e a vice da mesma linhagem. Com isso, aumenta a demanda por candidatos a vice que tenham os atributos ideais.

Um deles, ser de região oposta à do cabeça de chapa, o que excita sulistas do PFL de Roseana Sarney. Situações inusitadas poderiam surgir e até a chapa Serra-Tasso. (...) (pág. 2)
(Nhenhenhém - Jorge Bastos Moreno) - Intramuros, alguns governadores tucanos esboçam uma rebelião contra o seu próprio governo, por causa da decisão do TSE de verticalizar as coligações.
Por si só, essa reação é uma grave suspeição lançada contra a independência dos poderes, pois sugere uma inconcebível intimidade entre o Planalto e a Justiça Eleitoral.

Não há, até agora, indícios de que isso possa ter ocorrido. Pelo contrário, trata-se de uma resposta do TSE à consulta formulada por um insuspeito deputado de oposição, em agosto do ano passado, portanto, muito antes da definição de candidaturas e alianças.

Os governadores acusam suas estrelas nacionais de comportamento egoísta: não pensaram no coletivo.

No meio dessa exacerbação, começa a surgir uma preocupação, despida de qualquer passionalismo. Vem pela voz do governador Tasso Jereissati, referendada pelo presidente da Câmara, Aécio Neves:
"Certa ou err ada, a decisão agride o frágil sistema federativo de um país que já vive a concentração econômica e tributária", diz Tasso. Portanto, uma violência à Constituição federativa de 88, da qual o presidente do TSE, Nelson Jobim, foi um dos autores. (pág. 3)

(Ancelmo Góis) - Nos dez primeiros dias, o sistema 0800 montado pelo BNDES para atender a interessados em comprar ações da Vale do Rio Doce recebeu 35.047 ligações.
Diferentemente de outros países, a classe média brasileira sempre manteve distância do mercado de ações por causa do alto risco.

Mas essa tendência já está mudando. Tanto que a Petrobras ganhou 200 mil novos acionistas com aquela venda pulverizada de ações no ano 2000 que permitia usar o FGTS. (pág. 14)


Editorial

"O CUSTO DO DENGUE"

O sistema dos planos de saúde só é viável porque a clientela é numerosa nos moldes de um seguro (alguns dos maiores, por sinal, são de seguradoras). Com base em sérias estatísticas, é possível calcular a probabilidade do número de consultas, exames e internações para cada faixa etária e, assim, determinar um valor médio pelo qual o grupo segurado paga pelo tratamento de uma parcela de participantes. (...)

Mas é compreensível que a Agência Nacional de Saúde Suplementar resista neste momento a pressões para aumentos extraordinários nas mensalidades. Se de fato existe o risco de desequilíbrio financeiro do setor, então o Governo, por meio de sua agência reguladora, precisa administrar o problema - tal qual fez na crise do setor elétrico. (pág. 6)


Topo da página



03/02/2002


Artigos Relacionados


Prisão preventiva para o marido e o irmão de Roseana

PSDB ajuizará ação no Supremo contra dispositivo que trata de crimes contra a ordem tributária

PSDB protocola ação contra o aumento do IOF no Supremo

PSDB, DEM e PPS entram com ação no Supremo contra aumento do salário mínimo por decreto

Mercados reagem com otimismo à ação coordenada de bancos centrais contra a crise

Roseana desmancha os planos do PSDB