Acir Gurgacz critica ambientalistas e diz que países ricos pressionam emergentes a reduzir emissões
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) disse em Plenário nesta quarta-feira (15) que os países ricos levam os países emergentes a se comprometerem com metas de redução de emissões de gases poluentes, o que prejudicaria seu crescimento econômico. Enquanto isso, os ricos, afirmou, em particular os Estados Unidos, continuam sendo os maiores poluentes e não assumem qualquer compromisso de redução de suas próprias emissões.
A declaração de Gurgacz vem logo após o encerramento da Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas para Mudanças Climáticas - COP-16 - realizada em Cancun, no México, entre os dias 29 de novembro e 10 de dezembro.
O parlamentar relatou que, como resultado da COP-16, os países participantes comprometeram-se a criar um fundo mundial de US$ 100 bilhões até 2020 para financiar ações de mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas para atender os países mais vulneráveis do planeta.
- Tal fundo, do meu ponto de vista, deve ser formado exatamente com recursos oriundos de países que tanto se negam a reduzir suas emissões de gases poluentes quanto teimam em enxergar a necessidade de reflorestamento apenas em outros territórios, que não os deles - criticou, ao observar que pairam dúvidas sobre quais países contribuirão e como será administrado o fundo.
O parlamentar também declarou que as ações de resgate de créditos de carbono dos países ricos pelos países em desenvolvimento não contemplariam pequenos e médios produtores do agronegócio e pequenos proprietários rurais.
- Desde Copenhague essa é a questão central da estratégia de ambientalismo internacional: reforçar uma estrutura de governança mundial assustadora e perigosíssima, visando atuar nos países em desenvolvimento sob o pretexto de evitar uma catástrofe climática causada pretensamente pelo homem - criticou o parlamentar.
Acir Gurgacz defende que o fundo internacional seja utilizado para compensar perdas de produção ocasionadas pela aplicação em programas de preservação. Ele avalia que esses programas representam medidas de mitigação dos efeitos climáticos.
Para o senador, as recentes eleições parlamentares nos Estados Unidos, com a vitória dos integrantes do Partido Republicano, eliminaram as possibilidades de o Congresso norte-americano aprovar medidas de redução de emissões. Lamentou decisão daquele partido de extinguir o Comitê Seleto sobre Independência Energética e Aquecimento Global, que restringirá o mercado de créditos de carbono, como se depreende do término desse tipo de negócios na Bolsa Climática de Chicago até o fim deste mês, concluiu Acir Gurgacz.
Apartes
Gilberto Goellner pediu apoio para proposta sua que regulamenta o pagamento por serviços ambientais. A proposta está em exame na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) e será enviada em caráter terminativo para a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), após exame da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) concordou com a tese de Gurgacz de que não existe comprovação científica acerca do aquecimento global e criticou o "patrulhamento ambiental" sobre o Brasil. Roberto Cavalcanti (PRB-PB) mencionou proposta sua que libera automóveis movidos a diesel (PLS 656/07).15/12/2010
Agência Senado
Artigos Relacionados
Turismo nos países emergentes deve superar o dos países ricos, aponta OMT
PARA JUVÊNCIO, PROTECIONISMO DE PAÍSES RICOS PREJUDICA EMERGENTES
Países emergentes cobram dos ricos cumprimento de acordos anteriores na Rodada Doha
Acir Gurgacz recomenda reforma tributária, para reduzir custos e aumentar a renda
João Pedro comenta impasse nas discussões da COP 15 e critica países ricos
Acir Gurgacz critica paralisação de obras rodoviárias em Rondônia