ACM adverte que Bahia não aceita discriminação e pede envio de discurso a José Dirceu
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) advertiu da tribuna nesta segunda-feira (8) que "a Bahia não aceita discriminações", ao comentar notícia de que o presidente da República vai visitar Fortaleza (CE), quando pretende liberar uma verba de R$ 42 milhões para o metrô da capital cearense. A construção do metrô de Salvador, disse, está quase parando por não receber dinheiro federal.
- Não entendo que o presidente da República continue a discriminar a Bahia, provavelmente para atender a sua bancada, o que não evitará a derrota do partido do governo em Salvador e em outras cidades importantes da Bahia. Solicito ao presidente do Senado que envie este meu discurso ao ministro José Dirceu, da Casa Civil - disse.
Antonio Carlos observou que já houve uma promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de liberação prioritária de verbas para o metrô de Belo Horizonte. Agora, noticia-se que o Ceará será o estado a ser beneficiado. "O povo da Bahia está indignado. O presidente não pode esquecer que teve em Salvador uma grande votação."
- A má administração da coisa pública é que traz o caos econômico. Demorou-se demais com esse Anderson Adauto. Fala-se da queda do ministro da Saúde. O que precisa haver é governo. Tem uns cinco ou seis ministros da melhor qualidade, mas muitos ministros estão aquém da responsabilidade que o presidente da República tem com o Brasil - acrescentou Antonio Carlos.
Para ele, "talvez há uns seis ou sete meses atrás o presidente pudesse achar" que o metrô de Salvador poderia ser terminado "lá para 2007 ou 2008. Hoje, já não se pode achar que isso seja tão possível assim". Antonio Carlos afirmou que "algumas coisas" o têm deixado "intranqüilo" quanto ao equilíbrio da atuação governamental em relação aos estados e municípios. E lembrou que o Senado está prestes a votar uma autorização de empréstimo à Prefeitura de São Paulo "fugindo à Lei de Responsabilidade Fiscal".
Antonio Carlos disse ainda acreditar que a proposta de emenda constitucional de sua autoria que torna o orçamento da União impositivo (de cumprimento obrigatório, sem cortes) "será sabotado" às vésperas de sua votação no Plenário do Senado. Observou que vê a toda hora "alguém levantando problema" sobre o projeto, apesar do apoio claro que a proposta tem do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. O senador criticou a posição do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, sobre o assunto e ponderou que um orçamento impositivo "irá contra a corrupção".
Em aparte, o senador Duciomar Costa (PTB-PA) disse que ouvia com tristeza a afirmação do senador baiano de que o projeto do orçamento impositivo deverá ser sabotado pelos governistas. Já o senador Luiz Otávio (PMDB-PA) disse acreditar que a mudança de ministro dos Transportes representa "uma esperança" de recuperação das rodovias do país.
08/03/2004
Agência Senado
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