ACM: CONGRESSO VOTA MATÉRIAS IMPORTANTES AINDA ESTE ANO



O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, demonstrou hoje (dia 3) otimismo quanto à recuperação da economia brasileira diante da crise das bolsas de valores, e afirmou que o Congresso votará, ainda este ano, "as matérias importantes, todas", tendo reiterado que considera "indispensável" uma reforma regimental visando acelerar o processo legislativo.

- Todos os parlamentares estão imbuídos de seus deveres com a nação. Vamos votar em novembro e dezembro as principais matérias, dando um sinal ao país de que o Congresso Nacional produz de acordo com os interesses da pátria - disse.

O senador citou as reformas administrativa e previdenciária, a prorrogação do FEF, o novo sistema financeiro habitacional e o Orçamento da União como propostas que o Congresso deverá votar ainda este ano, além das medidas provisórias que forem "mais urgentes", e observou que, se mesmo assim ainda restar matéria importante a ser votada ao terminar o ano legislativo, o presidente da República poderá pedir a convocação extraordinária do Congresso.

Indagado sobre a posição do presidente da Câmara, Michel Temer, Antonio Carlos disse que ele concorda com a necessidade de agilizar as reformas e de fazer a alteração regimental:

- O presidente Michel Temer tem sido um bom presidente. Evidentemente pode acelerar as votações, e nós também aqui no Senado podemos acelerar. As duas Casas poderão trabalhar conjuntamente nesta hora difícil para o país, e produzir ainda mais, como o povo deseja - afirmou.

Segundo Antonio Carlos Magalhães, a necessidade de mudança do Regimento já existia: "A mudança do Regimento é indispensável, não apenas por causa da crise, mas sim pela exigência de aperfeiçoar os trabalhos do Legislativo. Há muito tempo antes eu dizia, e o presidente Michel Temer concordava, que o Regimento precisa ser adaptado às realidades nacionais - disse.

CRISE DAS BOLSAS

O senador disse que vê a crise das bolsas "com relativa tranqüilidade", porque sabe que "o país vai sair desse problema", mas nada adiantou a respeito de medidas que o governo poderá adotar.

- Talvez não sejam doces, mas não creio que sejam tão amargas quanto se espera - comentou.

Antonio Carlos Magalhães assegurou a colaboração do Legislativo: "O governo tem medidas a adotar, e terá a compreensão do Congresso. O Legislativo não recebe ultimato, mas tem que agir em consonância com as expectativas do povo".

O presidente do Senado lembrou que a crise "não é só do Brasil, mas do mundo", e atribuiu o episódio que abalou as bolsas ao fruto da atividade especulativa, e também a circunstâncias inerentes ao próprio sistema econômico.



03/11/1997

Agência Senado


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