ACM DIZ QUE BUROCRATAS TENTAM INTRIGÁ-LO COM O PRESIDENTE



O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, criticou nesta terça-feira (dia 17) "jornalistas desavisados e burocratas incompetentes" que tentam intrigá-lo com o presidente da República. O senador referia-se à declaração que deu em Belo Horizonte sobre a disposição do governo de não autorizar novos aumentos de combustíveis neste ano.No entender de Antonio Carlos, esses críticos procuram colocá-lo em uma posição como "se eu quisesse avançar o sinal em medidas que o governo deveria ou deve adotar". Ele esclareceu que, quando em Belo Horizonte os jornalistas lhe perguntaram se haveria novos aumentos de combustíveis, buscou responder na linha do melhor interesse para o governo.- Se eu fosse um burocrata diria que sim, mas como sou um político e que defende o presidente da República, disse que não, que não vai haver, porque o que houve foi suficiente e até além da conta do que o presidente queria. O presidente não quer aumento tão cedo, salvo se ocorrer uma catástrofe ou coisa que venha a criar um grave problema nacional - afirmou.O senador disse que após fazer a declaração em Minas Gerais, comunicou o fato "de imediato ao presidente da República e também que havia feito isso em defesa do governo". Antonio Carlos relatou que "o presidente ficou extremamente satisfeito". Na avaliação do senador, "essas notícias visam intrigar o presidente da República comigo, o que não me mete medo, mas evidentemente é desagradável".O presidente do Senado fez um alerta aos funcionários do governo que estariam difundindo essas críticas:- É preciso que os burocratas tomem juízo e os jornalistas fiquem mais atentos, para que não distorçam notícias que são importantes para o país.Antonio Carlos considera que "os burocratas ficaram irritados porque na realidade eles queriam novos aumentos de combustíveis, coisa que o presidente não quer". Perguntado sobre quem seriam esses funcionários, o senador preferiu não citar nomes, mas fez uma referência: "São os burocratas que seguem a linha do FMI (Fundo Monetário Internacional), basta procurar as áreas".O senador anunciou que pretende continuar cumprindo "meu papel, no meu estilo, sem medo de qualquer coisa e sem qualquer interesse pessoal". Ele acredita que "chegou a hora de cada um cumprir a sua missão, ajudando o presidente da República, que não atravessa uma boa fase, não por culpa dele, mas de seus auxiliares". Antonio Carlos acrescentou que "é hora de todos se unirem para elevar a posição do presidente".Antonio Carlos evitou entrar na discussão sobre eventuais trocas de auxiliares de Fernando Henrique Cardoso - "isso é problema do presidente". Disse que seu papel "é difundir tanto quanto possível as coisas boas do governo, que não são difundidas". A respeito do movimento dos ruralistas em Brasília, que estão promovendo manifestações em favor da redução das dívidas do campo, o senador revelou preocupação com uma eventual volta ao passado.- Esse é um problema cuja solução compete ao presidente comandar, mas o que não acho certo, seja da parte dos ruralistas, seja da parte do MST (Movimento dos Sem-Terra) é trazer caminhões, tratores... isso é um passado, antes de 64, que não deve ser repetido - afirmou.

17/08/1999

Agência Senado


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