PT e PPS tentam quebrar resistências



PT e PPS tentam quebrar resistências Roberto Freire mantém indicação do prefeito Fernando Bezerra Coelho como opção do PPS para disputar o Governo do Estado, mas defende nova articulação das esquerdas em busca da unidade no Estado Depois de turbulências e desencontros, o PT e o PPS decidiram quebrar as resistências e abrir caminho rumo à unidade das oposições no Estado. Ontem, o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, e o pré-candidato majoritário do PT, Humberto Costa, tiveram a primeira conversa desde o final do prazo para troca de partidos – encerrado no sábado (06) – com a perspectiva de chegar a um acordo. Ao final, os dois líderes se disseram dispostos a trabalhar por um palanque único, reunindo as legendas de oposição (PSB, PDT, PCdoB, PTB e PCB). Mas apesar de reafirmarem a disposição de discutir propostas e estratégias comuns, sem antecipar pré-candidaturas, os dois partidos mantêm os nomes que já haviam colocado na disputa. O PT indicou Humberto para a majoritária e Freire voltou a defender o prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho, do PPS. “Bezerra Coelho sempre esteve colocado e tem condições de unir, inclusive porque apesar de não ter pertencido ao PT, sempre votou em Lula”, defendeu Freire. O senador teceu elogios a Humberto, garantindo que a unidade também pode ser construída em torno do petista ou de outro nome. “Não temos nada contra o PT. A nossa disposição é de conversar. Agora, se um partido tem um nome com potencial, deve apresentar”, justificou. Freire analisa que as mudanças partidárias não alteraram o bloco das oposições. Humberto argumentou que a decisão do deputado federal Pedro Eugênio e do ex-prefeito de Caruaru, João Lyra Neto, de trocar o PPS pelo PT, foi “pessoal”, sem que houvesse assédio por parte do PT. “Todos continuam do mesmo lado. Agora, é sentar e conversar sobre um programa para o Estado e uma tática para 2002”, disse Humberto, acrescentando que apesar de o PT ter Lula como candidato à Presidência, enquanto o PPS defende Ciro Gomes, o palanque único no Estado pode ser construído, respeitadas as diferenças nacionais. “Se decidirmos que não há condições, pensaremos em outros caminhos, mas de forma coletiva, sem isolar ninguém”, acrescentou. Freire explicou que o PPS e o PT vão procurar os demais partidos para discutir sobre a unidade. “Passada essa esquizofrenia partidária (o troca-troca), é o momento de conversarmos”, concluiu. Coelho acha inviável candidatura ao Governo Indicado pelo senador Roberto Freire (PPS) para encabeçar a chapa das forças de oposição nas eleições de 2002, o prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho (PPS) considerou “inviável” a proposta do correligionário. O pós-comunista justificou sua reação, destacando que o PPS foi “enfraquecido” depois das saídas do deputado Pedro Eugênio e do ex-prefeito de Caruaru, João Lyra, para o PT. Apesar de aprovar a reaproximação das duas legendas, Bezerra Coelho insinuou que o esvaziamento do PPS foi “guiado” pelos petistas para tirar o “poder de fogo” da sigla no pleito do próximo ano. Segundo ele, as intenções do PT em negociar a construção de um palanque único não passa de “encenação”. “Acho ótimo esse diálogo com o PT, mas estou surpreso com a lembrança do meu nome. Primeiro, porque não cogitava mais disputar o Governo do Estado e segundo porque o PT nos esvaziou. Se eles (petistas) querem mesmo a aliança, precisam dar demonstrações concretas, não precisam enganar a gente”, comentou. Para mostrar ânimo e recuperar o fôlego, o diretório estadual do PPS armou, ontem, uma festa de boas vindas aos novos filiados. Além de transformar a Câmara dos Vereadores do Cabo de Santo Agostinho no espelho do “vitalidade” da legenda, a solenidade serviu de ensaio para as campanhas do senador Roberto Freire (disputa a reeleição) do ex-ministro Ciro Gomes (candidato à Presidência da República). As demonstrações de união interna foi traduzida nos discursos solidários, dirigidos ao presidente regional da legenda, Eduardo Carvalho. Entre os mais afáveis estava o prefeito do Cabo, Elias Gomes, que em Novembro deverá brigar pela sucessão do comando estadual. “O PPS não irá medir forças por quem entra ou sai, se mede pelas ações e os objetivos.” Cidadão pernambucano A Assembléia Legislativa concedeu o título de Cidadão Pernambucano ao empresário Júlio Crucho Cunha, 66 anos. Natural de Penamacor, em Portugal, Crucho se destacou no comando do restaurante Dom Pedro – conhecido reduto de políticos, intelectuais e jornalistas – fundado por ele em 1967. A homenagem foi sugerida pelo deputado Gilberto Marques Paulo (PSDB). O “português-brasileiro” chegou no Brasil em 56, com a missão de implantar e gerenciar a antiga pastelaria Arcádia. Prosperou e abandonou a idéia de voltar à terra natal. Além de se notabilizar na área dos serviços gastronômicos, Júlio Crucho foi presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado, vice-presidente da Federação do Comércio (Fecomécio) e diretor-tesoureiro do Gabinete Português de Leitura. Tasso já admite o desejo de disputar a sucessão de FHC FORTALEZA – O governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), admitiu ontem claramente, pela primeira vez, o desejo de disputar a Presidência da República no próximo ano. “Não estou dizendo que seja (candidato). Eu tenho percebido manifestações de setores muito importantes de nosso partido nessa direção e pretendo conversar com esses setores”, disse. Tasso não apontou quais seriam esses setores. Sabe-se, no entanto, que após a exposição do ministro da Saúde, José Serra, como candidato, durante a reunião dos tucanos, na última sexta-feira, em Goiânia, os ministros Paulo Renato (Educação) e Pimenta da Veiga (Comunicações) estariam dispostos a apoiar a candidatura do governador cearense. De acordo com Tasso, em Goiânia, ficou decidido o seguinte: Foi dado ao José Aníbal (presidente do PSDB) o poder de conduzir o processo de escolha do candidato do PSDB, que começaria com uma série de consultas regionais. “E, quando chegar no fim do ano, propor a necessidade ou não de, no primeiro trimestre de 2002, fazer pesquisas ou, havendo um consenso em torno de um nome, se tomar uma definição”, explicou. Jarbas defende aliança e critica prévias do PMDB Governador acha que não estão levando a sério a defesa que faz do entendimento entre os partidos governistas, defende prévias só se o PMDB entregar os cargos que possui no Governo FHC e alerta sobre força da oposição BRASÍLIA – O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) demonstrou irritação, ontem, ao considerar que o PMDB não vem buscando um entendimento entre os partidos aliados (PSDB e PFL) para a escolha de um candidato da aliança à sucessão presidencial, e insiste em realizar prévias. “O PMDB está sendo incoerente e, no final das contas, vai ficar fora da corrida sucessória”, concluiu. “Se quiser ser coerente, o PMDB deve entregar os cargos que possui no Governo (FHC) e decidir-se logo por um candidato de oposição”, defendeu. Segundo Jarbas, não tem sentido defender prévias para escolher um candidato, sem entregar os cargos. E disse mais: “Nessas condições não vou disputar prévia nenhuma”. Defensor de um entendimento entre os partidos da base do Governo, Jarbas não entende porque o PMDB vem ignorando sua pregação. “Ninguém do partido procurou conversar com quem quer que seja dos outros partidos da aliança. E as coisas estão sendo atropeladas. O PSDB já se definindo pela candidatura do ministro José Serra, o PFL com a candidatura da governadora Roseana Sarney e o PMDB insistindo nas prévias. O que vai acontecer é que nós (o PMDB) vamos ficar na rua”, considerou. Do jeito como as coisas estão se processando, Jarbas prevê que o governador Itamar Franco (MG) – seu adversário no PMDB – deverá ganhar as prévias e, portanto, sair candidato do partido à Presidência da República. O PSDB e o PFL também lançariam candidatura própria e a oposição – leia-se Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – deverá ser vitoriosa. Diante dessa perspectiva, o governador insiste na tese do entendimento entre os aliados, “única hipótese de vitória de um candidato da base do Governo.” Jarbas assinou ontem, em Brasília, convênio no valor de R$ 5,2 milhões destinados a ampliar o o PET – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Esse novo convênio vai beneficiar 28 municípios da região do Pajeú, com a concessão de bolsas escolares. O governador também firmou, no Ministério da Justiça, convênio que possibilitará a ampliação do Programa de Serviço Civil Voluntário no Estado. Esse programa tem como meta preparar jovens de 16 a 18 anos, dispensados do serviço militar obrigatório, visando integrá-los à sociedade. Filiação de Lula Cabral termina em piada Nenhum dos poucos deputados presentes ao plenário da Assembléia Legislativa, ontem, arriscava um palpite sobre o destino partidário do deputado Lula Cabral (ex-PFL). A sessão, dedicada ao debate sobre políticas públicas para deficientes físicos, transformou-se em uma grande brincadeira com direito a premiação e tudo para quem desvendasse o mistério. E quando veio a confirmação de que o parlamentar deixou o PFL, namorou o PSB e o PTB, chegou a anunciar a filiação ao PDT e terminou mesmo no PMDB de Jarbas Vasconcelos, ninguém se conteve: “Trocou seis por meia dúzia”, foi o comentário geral. Depois de praticamente ter se tornado um socialista e ter sofrido uma espécie de veto no partido, e da aproximação com a doutrina ‘caxias’ do PDT de Leonel Brizola, Lula Cabral concluiu que o melhor mesmo era continuar do lado governista. Embora tenha se tornado, há algum tempo, um dos maiores reclamantes da atenção dispensada pelo Palácio das Princesas. O que mudou o rumo partidário do parlamentar, na última hora, foi um almoço oferecido por Jarbas. Na conversa, o governador teria alimentado a esperança de ‘dias melhores’ para os aliados do Governo. Itamar fica para brigar no PMDB O governador de Minas, Itamar Franco, confirmou ontem, por meio de sua assessoria, que decidiu permanecer no PMDB e ainda candidatar-se às prévias que devem acontecer em janeiro, para escolha do peemedebista que poderá concorrer à Presidência da República. Itamar, no entanto, deixou em dúvida a forma como deverá se comportar, daqui para a frente. “Continuo onde estava. O que significará uma profunda alteração na minha conduta, a partir de agora”, disse, insinuando que suas críticas poderão tornar-se ainda mais contundentes em relação aos governistas do PMDB e ao próprio Governo Federal. Memória política em novo livro O jornalista Homero Fonseca entregou ontem à Assembléia Legislativa os originais do livro sobre o ex-deputado e jornalista Mário Melo. É o décimo-terceiro volume do projeto ”Perfil Parlamentar do Século XX”. Uma comissão formada por representantes da Universidade Federal, Fundação Joaquim Nabuco, Academia Pernambucana de Letras, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico, Conselho Estadual de Cultura e pelo ex-deputado Antônio Corrêa escolheu 22 ex-parlamentares, num elenco de mais de 400 que atuaram no Século passado, para serem contemplados com a publicação dos seus perfis. Os primeiros lançamentos estão previstos para o final do mês. Suplente de Jáder é convocado O presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), inicia hoje os procedimentos para preencher a vaga aberta com a renúncia de Jáder Barbalho (PMDB-PA). Mesmo sabendo que o primeiro suplente e pai do ex-senador, Laércio Barbalho, não pretende assumir, Tebet é obrigado a convocá-lo. Laércio também deve renunciar para que o segundo suplente, Fernando de Castro Ribeiro, possa assumir. A convocação é feita por intermédio de carta de apenas sete linhas. Os dois suplentes de Jáder Barbalho são citados pelo Ministério Público como beneficiários do ex-senador no processo que investiga o desvio de recursos do Banpará. O montante do desfalque equivaleria hoje a R$32 milhões. Fernando Ribeiro corre o risco de ser indiciado pelo Ministério Público antes mesmo de assumir. Colunistas Pinga-Fogo - Inaldo Sampaio O futuro de Freire O PPS de Roberto Freire não vive os seus melhores dias. Além de ter perdido o apoio de Brizola, o sucesso ou fracasso de Ciro Gomes como candidato do partido a presidente da República está nas mãos de Tasso Jereissati. Se este for o candidato do PSDB com o apoio da viúva de Covas, de todos os governadores do partido, exceto o paulista Geraldo Alckmin, e de Antonio Carlos Magalhães, o palanque de Ciro encolherá. Sumirá do mapa no Ceará, deixando de ser também a 2ª alternativa para os tucanos insatisfeitos com o governo FHC. Por aí se vê que foi uma “troca burra” Leonel Brizola por Antonio Britto. Com toda a sua trajetória caudilhesca, Brizola é um líder inconteste no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. Tem um passado de luta no campo da esquerda e é o primeiro sem segundo no PDT. Com o seu apoio, a candidatura de Ciro Gomes poderia chegar ao segundo turno e ameaçar Lula na reta final. Sem ele, o PPS perde tempo de televisão, correndo o risco de ficar também sem o PTB, que, em matéria de fisiologismo, não deve nada ao PMDB. É desse quadro de indefinição que depende o futuro de Roberto Freire. Se o palanque de Ciro não murchar, ele poderá disputar a reeleição com alguma perspectiva de vitória. Do contrário, só lhe restará como alternativa tentar um mandato na Câmara Federal. Contestação local O crescimento da liderança de Tasso no país coincide com a sua perda de prestígio no Ceará. Além de ter sido derrotado em Fortaleza na última eleição municipal, ele perdeu o apoio do senador Sérgio Machado (migrou para o PMDB), do deputado federal Moroni Torgan (migrou para o PFL), do presidente da Assembléia Legislativa Wellington Landim (migrou para o PSB) e de sete deputados estaduais. Conclusão: o PSDB do Ceará não é mais aquele. Troca-troca 1 Depois de colocar um pé no PSB, o deputado estadual Lula Cabral (ex-PFL) deu marcha à ré. Jarbas Vasconcelos chamou-o em sua residência, sexta-feira à noite, e o convidou para se filiar ao PMDB. O convite se deu no mesmo dia em que o governador disse à imprensa que “esse troca-troca (de partido) me enoja”. Troca-troca 2 Lula Cabral não estava insatisfeito com o PFL e sim com o governador. Dizia que o Governo do Estado não lhe dava espaço no município do Cabo e sim ao prefeito Elias Gomes (PPS). Jarbas prometeu mudar o tratamento. A partir de agora, a referência do Palácio naquele município não será mais o prefeito e sim o deputado. Ex-prefeito vai “chiar” com o estilo do PT Ex-militante de um partido clandestino, Pedro Eugênio não vai estranhar a cultura política do PT. O partido convoca uma reunião para decidir se faz uma reunião. Já o ex-prefeito João Lyra, que é empresário, vai estranhar muito. Prefeito de Petrolina dialoga com todos Eleitor importantíssimo na sucessão de 2002, o prefeito Fernando Bezerra Coelho (Petrolina) tem conversado com muita gente, da esquerda à direita. Hoje, em Brasília, ele deve se encontrar com Eduardo Campos (PSB). Última hora No último dia do prazo para mudança de partido, o ex-candidato a prefeito de Bezerros, Marcone Borba, foi seguro por Eduardo Campos e pelo vereador Clóvis Corrêa. Ficou no PSB após ter acertado com Humberto Costa sua filiação ao PT. Já o ex-prefeito Gilson Muniz (Timbaúba) trocou o PDT pelo PSL. Aqui é meu lugar O ex-deputado Maviael Cavalcanti chegou a comunicar a Roberto Magalhães sua saída do PFL para se filiar ao PMDB, mas depois voltou atrás. O vice-presidente Marco Maciel, com quem ele conversaria antes de tornar pública a sua decisão, deve tê-lo convencido a permanecer. É candidato a deputado estadual. Orçamento no Brasil não tem jeito, não. É uma eterna peça de ficção. A proposta orçamentária da União para 2002, ora em tramitação no Congresso Nacional, coloca PE em 3º lugar no país como destinatário de verbas federais, à frente de SP, RJ, PR e RS. É por isso que o OGU nunca foi levado a sério. O advogado e candidato a deputado Carlos André Magalhães, presidente do Instituto Teotônio Vilela, ficou satisfeito com a não filiação de Malan ao PSDB “porque a política econômica dele não tem nada a ver com a social-democracia”. Exato. Mas a política que Malan executa não é dele, e sim de FHC. Que continua tucano. O deputado Sebastião Rufino (PFL) está em ritmo de reeleição. Sábado foi a Brejinho (Pajeú) receber o apoio do prefeito José Vanderley (PFL) e do ex-prefeito João Pedro, domingo estava em João Alfredo abrindo uma gincana cultural, e ontem foi visto na CBF (RJ) escalando os árbitros do “brasileirão”. A entrada de Garotinho no PSB ainda não foi digerida por Brizola. Em matéria paga nos jornais do Rio, ele disse que “o PSB, aliado de 40 anos, não teve escrúpulos em acolher um sacripampa como Garotinho, mesmo sabendo tratar-se de quem nos traiu. Miguel Arraes e outros dirigentes do PSB não podem alegar desconhecimento do que fizeram”. Editorial Mulheres e Aids A Aids já passou por várias considerações errôneas e preconceitos desde que a doença começou a se espalhar no Brasil e a imprensa passou a publicar muitas notícias, reportagens e artigos sobre ela. Já foi vista como mal exclusivo de homossexuais masculinos; depois, alguns passaram a considerá-la exclusiva do sexo masculino. O tempo e a maior quantidade de informações, de campanhas sanitárias, foram mudando essas visões equivocadas e revelando a amplitude de abrangência do mal, e sua ausência de preferência por homens, mulheres ou homossexuais. Em Pernambuco, hoje, a Aids em pessoas do sexo feminino já representa 39,5% do total de casos registrados nos oito primeiros meses deste ano. Em grande parte desses casos, trata-se de mulheres casadas contaminadas por seus maridos, que contraíram o vírus HIV em relações extraconjugais e calaram ou não sabiam. A irresponsabilidade é um fator agravante para a disseminação da doença. O que, aliás, não é novidade. Historicamente, outras doenças sexualmente transmissíveis (DST) se espalharam devido a relações sexuais promíscuas, prosseguidas mesmo após o parceiro, ou parceira, saber que estava contaminado/a. Sendo o sexo uma das atividades primárias do ser humano, como alimentar-se, dormir, fica difícil, para a maioria, abster-se de sexo, até quando o homem, a mulher, se sabem portadores de DST. Mesmo depois da divulgação e popularização dos antibióticos, males como a gonorréia, a sífilis, continuam se propagando muito mais do que imaginamos. E, o que é pior, os vírus vão se tornando cada vez mais resistentes, necessitando de antibióticos sempre mais possantes. Isso corre também com outras doenças, como a tuberculose. Quanto à contaminação de mulheres pelo HIV, reportagem deste Jornal do Commercio registra que se trata do maior porcentual atingido pelo sexo feminino desde o início da epidemia; e conclui que isso é uma confirmação de que “namoradas, esposas e amantes se tornaram alvos fáceis da infecção pelo HIV”. Na semana passada, realizou-se no Recife o 2º Educaids Regional Nordeste, reunindo educadores, ONGs e representantes dos poderes públicos na discussão de novas propostas para ensinar a sociedade a se proteger. A estatística acima foi revelada no decorrer desse encontro. Esse tipo de iniciativa é da maior importância para que cheguemos a uma atitude razoável na autoproteção contra a Aids. Inúmeras campanhas têm sido feitas, tanto aqui e em outros Estados, como em nível nacional. Há bons resultados, mas eles ainda são minguados. O caráter profundo do intercurso sexual no reino animal e a irresponsabilidade humana a que nos referimos explicam, em boa parte, essa falta de resultados. “As mulheres têm uma maior vulnerabilidade”, explica o médico sanitarista François Figueiroa, diretor estadual de Epidemiologia. Por que? A transmissão do HIV via relação sexual é responsável pela quase totalidade dos casos. Culturalmente, as mulheres, principalmente as menos informadas, se sentem fragilizadas ao tratar, com seus parceiros, do uso, ou não, de preservativo (camisinha), ficando conseqüentemente na dependência da responsabilidade, da decência, ou não, dos homens e mais susceptíveis ao contágio. O Brasil se distingue positivamente, no mundo, por seu programa de fornecimento gratuito de medicamentos anti-HIV às pessoas contaminadas. Pode vir a se distinguir também pela educação para a prevenção do mal. Daí a importância de iniciativas como o Educaids e a conscientização de mulheres, sobretudo adolescentes (grandes vítimas da irresponsabilidade sexual), e de homens, todos vítimas da propagação da Aids. A educação, sobretudo nas escolas, pode trazer melhores resultados nesse combate. Os poucos resultados colhidos até agora não devem nos desencorajar. O Educaids é uma iniciativa da Apta (Associação de Prevenção e Tratamento da Aids, da Unicef e da Unesco. Topo da página

10/09/2001


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