ACM faz análise individual de ministros e os classifica de "derrotados e decepcionantes"



O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) fez uma análise caso a caso, de ministros, técnicos de segundo escalão e dirigentes de estatais nomeados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e chegou a uma conclusão: é um governo de derrotados.

- Ao petista ou aliado que perde eleições, o pior que pode acontecer é virar ministro, em um flagrante desrespeito à vontade do eleitor, que pôs o presidente Lula no Palácio do Planalto por ampla maioria de votos - disse.

Antonio Carlos começou pelo ministro da Saúde, Humberto Costa. Lembrou que o ministro perdeu uma eleição e teve como prêmio o Ministério da Saúde, para onde levou um auxiliar de muito tempo que agora se descobriu corrupto.

- É o pior, o mais cruel dos crimes de corrupção, o que atinge doentes, desvio de verbas destinadas à compra de remédios. Não vou dizer que o ministro seja culpado, mas ele tem a obrigação de apurar o que fez esse auxiliar lá em Pernambuco, quando trabalhou com ele, porque cesteiro que faz um cesto, faz um cento - disse o senador. Para ele, a exceção é o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

Antonio Carlos prosseguiu com o ministro Jaques Wagner, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social: -Perdeu a eleição na Bahia logo no primeiro turno, foi premiado com o Ministério do Trabalho e agora está neste conselho, de Desenvolvimento Social, que não vale nada mesmo. Mas recebeu também o Conselho da Petrobras, que garante uma remuneração maior do que a de ministro-, disse. -José Fritsch, ministro da Pesca. Outro derrotado. Não consegue pescar nem mesmo os peixes graúdos de sua pasta-, acrescentou. -Miguel Rossetto, do Desenvolvimento Agrário, perdeu a eleição de vice-governador e agora atrapalha o desenvolvimento agrário do Brasil-, afirmou.

O senador pela Bahia citou ainda o secretário de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, a quem classificou também como derrotado nas eleições mineiras. -Não digo que o ministro da Educação, Tarso Genro, não tenha o seu valor. Tem. Mas é um homem marcado ideologicamente e um outro derrotado, rejeitado pela população do seu estado-. E prosseguiu: -Chegamos a Waldir Pires, da Controladoria da República. O controle dele deve ser remoto, porque funciona muito mal e sempre atrasado. Não controlou nem o Waldomiro Diniz, nem os ladrões da Saúde. Olívio Dutra é outro derrotado, mas é a menina dos olhos do presidente, que mesmo assim não está nada satisfeito com o trabalho dele-, acrescentou.

O senador elogiou o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, a quem considera amigo e um homem que cumpriu excelente mandato de senador.

- Mas é um derrotado em Sergipe, perdeu as eleições, e além do mais as diretorias da Petrobrás estão sendo loteadas entre incompetentes e derrotados - disse. Antonio Carlos citou ainda o embaixador brasileiro em Cuba, Tilden Santiago (-outro derrotado, mas excelente figura e pelo menos alinhado ideologicamente com o Fidel Castro-); Jair Meneguelli (-perdeu a eleição de deputado, mas ganhou o Sesi, onde mexe com muito dinheiro e uma máquina enorme para fazer política-); Sérgio Machado (-Está na Transpetro, mas nunca ouvi dizer que entendesse de transporte, terrestre ou aquaviário - não sei nem se sabe nadar-).

Antonio Carlos qualificou o governo de -decepcionante-, mas disse acreditar que vai melhorar. Apartearam o discurso os senadores Efraim Morais (PFL-PB), José Agripino (PFL-RN), Ideli Salvatti (PT-SC) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).



25/05/2004

Agência Senado


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