ACM Júnior contesta entrevista do governador Jaques Wagner



O senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) protestou nesta quarta-feira (1º) contra a entrevista concedida esta semana pelo governador da Bahia, Jaques Wagner, ao jornalista Samuel Celestino, que classificou como "mentirosa e distorcida". ACM Júnior disse que, na entrevista de 16 páginas, o governador e o jornalista deram mais atenção às gestões de Antonio Carlos Magalhães, Paulo Souto e César Borges do que ao próprio Jaques Wagner, "em uma clara tentativa de desconstruir realizações das administrações anteriores".

ACM Júnior disse que mesmo conquistas como a implantação do Pólo Petroquímico de Camaçari e o parque automotivo da Ford, foram minimizadas. O senador revelou que o governador petista chegou a afirmar que não foi a Bahia que trouxe a Ford, mas o Rio Grande do Sul que a deixou ir.

- Além de incomodado, ele deve estar frustrado, pois sabe que não cumprirá uma sequer das inúmeras promessas de palanque. Logo ele, que foi eleito alardeando a condição de correligionário do presidente da República, o que o credenciaria a grandes realizações. Jaques Wagner tem se notabilizado por deixar agravarem-se os problemas que prometeu combater, além de deixar florescer outros tantos - afirmou.

O senador citou como exemplo a segurança pública, informando que nos primeiros três meses deste ano pelo menos 452 pessoas foram assassinadas somente em Salvador e região metropolitana. Ele assinalou que esse número é o contabilizado pela imprensa, porque o governo do estado não divulga números oficiais, e disse que desde a posse de Jaques Wagner a violência não para de crescer na Bahia.

- Na saúde, a dengue ameaça ser a marca deste governo. Os números são impressionantes e não param de crescer: 20 mil casos de dengue registrados apenas nos últimos 30 dias e mais de meia centena de mortes. Enquanto a dengue declina no país, na Bahia ela avança embalada pela ineficiência do governo estadual - disse o senador, acrescentando que a Bahia ainda ostenta "um triste terceiro lugar" na incidência de tuberculose.

Além da inoperância do governo Jaques Wagner, ACM Jr. também denunciou o fechamento e a transferência de indústrias para outros estados, o aumento do desemprego e o cancelamento de investimentos.

- A Bahia parou e o governador nada fez. Nada fez e agora mente e se contradiz quando afirma que a Bahia viveu 50 anos de estagnação econômica. Ora, o PIB da Bahia duplicou entre o ano 2000 e 2006, crescendo sempre acima da média nacional. Agora, no governo petista de Jaques Wagner, é que o estado passou a crescer menos que o Brasil e, proporcionalmente, gerar mais desempregados - afirmou.

ACM Jr. ainda denunciou a perseguição política que as empresas da Rede Bahia de Comunicação estão sofrendo do governo estadual. O senador apresentou cópia de mensagens eletrônicas (e-mail) trocadas entre funcionários da Secretaria Estadual da Fazenda. No documento, o coordenador da Inspetoria de Fiscalização de Empresas de Grande Porte do Fisco determinou que fosse feita uma fiscalização na TV Bahia.

- Ao tomar conhecimento de que ao final da fiscalização nenhum ilícito fora encontrado, o coordenador simplesmente emitiu uma nova ordem reiterando a necessidade de "obter resultados na fiscalização da emissora ou em outras empresas do grupo". E encerrando a mensagem, informa tratar-se de uma solicitação expressa da Superintendência da Administração Tributária - relatou.

O senador César Borges (PR-BA) se solidarizou, em aparte, ao pronunciamento de ACM Jr. Ele disse que as empresas da Rede Bahia de Comunicação têm sido isenta com Jaques Wagner e lamentou que houvesse orientação para fazer devassa e impor uma versão de que há desvios. Borges lembrou que o próprio governador disse que as divergências políticas devem ficar nos palanques da campanha eleitoral e que após a eleição todos deveriam se unir em prol do estado.

- O governador Jaques Wagner era deputado e votou contra a ida da Ford para a Bahia. Essa é a verdade. O proselitismo tem limite. Ele precisa cai na real e parar de tentar reescrever a história para desculpar a sua falta de ação - alertou.



01/04/2009

Agência Senado


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