ACM NÃO VÊ MOTIVOS PARA CPI.INVESTIGAR EDUARDO JORGE
As 26 ligações telefônicas do ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, Nicolau dos Santos Neto, para o ex-secretário-geral da Presidência da República, Eduardo Jorge, apuradas pela quebra de sigilo telefônico, não são motivo suficiente para que a CPI do Judiciário investigue o ex-secretário. Essa é a opinião do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, manifestada nesta quinta-feira (dia 10) em entrevista coletiva. O senador não descartou a hipótese de a CPI realizar uma investigação mais profunda em relação a Eduardo Jorge, "se for necessário".Segundo Antonio Carlos, não há como relacionar esses telefonemas com campanha eleitoral do presidente da República, pois uma das atribuições do secretário-geral é tratar de assuntos de tribunal e de nomeação de juízes classistas. "Um secretário da Presidência da República atende telefonemas de todo tipo de pessoas, até mesmo de pessoas que não são decentes, como é o caso do juiz Nicolau", observou o presidente.Antonio Carlos afirmou que o episódio de nomeação do diretor da Polícia Federal foi um fortalecimento "indispensável" da autoridade do presidente da República e que, uma vez restabelecida esta autoridade, o assunto acabou. O senador estranhou que somente agora tenha aparecido a denúncia de envolvimento do delegado João Batista Campelo em sessões de tortura. "Por que não apareceu antes? Evidentemente, isso é para invalidar a escolha do presidente. Vamos trabalhar", concluiu.
10/06/1999
Agência Senado
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