ACM pede que governo explique enriquecimento de filho de Lula



Ao citar reportagem da revista Veja, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) fez um apelo nesta terça-feira (24) ao governo federal para que explique, antes de domingo, a relação entre a empresa de telefonia Telemar e o filho do presidente da República Fábio Luís da Silva, o "Lulinha", que resultou na compra da empresa de videogames GameCorp por R$ 5 milhões e mais um aporte de capital no valor de R$ 10 milhões.

- Não estou falando sobre isso por causa da eleição. Nunca quis investigar o Lulinha, mas há dois anos reclamo aqui da tribuna uma explicação para como uma empresa que tem 10 mil reais de capital consegue ser vendida por milhões. Não estou pedindo nada demais. Nós queremos o cumprimento da Constituição. Não temos preconceito com famílias; até gostaríamos de evitar, mas queremos que se cumpra a lei - observou.

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) disse, em aparte, que o caso merece, no mínimo, uma explicação clara; e caso fique comprovada a inocência de Lulinha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria rever seu posicionamento contrário às privatizações. Virgílio assinalou que a privatização do setor de telefonia demonstrou ser benéfica a Lulinha, que passou de um salário de R$ 600, que recebia como monitor em um zoológico, para uma grande fortuna.

Direito de mentir

Antonio Carlos também repudiou declaração do governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, publicada nesta terça (24) pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o jornal, Wagner afirmou que "petistas têm o direito de mentir", referindo-se aos envolvidos na compra de um dossiê destinado a prejudicar as candidaturas de José Serra e de Geraldo Alckmin.

- O doutor Jaques Wagner está errado. Direito de mentir, não. Direito de não falar, sim. A lei não beneficia mentirosos. A lei permite que o réu não produza provas contra si próprio - explicou.

Arthur Virgílio voltou a apartear o senador baiano para relatar o que havia ouvido de um repórter, nesta segunda-feira (23), na sede da TV Record, pouco antes do debate entre Lula e Geraldo Alckmin. Segundo Arthur Virgílio, o repórter queria repercutir uma declaração de Jaques Wagner, que teria dito que o senador não poderia falar por ter sido derrotado na eleição para governador do Amazonas.

- A impressão que tenho é de que essa vitória deixou o Jaques Wagner meio embriagado. Há algo de totalitário e de tolo nessa declaração. Eu gostaria apenas de aconselhá-lo a dormir cedo e acordar cedo, para se dedicar com afinco ao trabalho de governar a Bahia, ou seja, o contrário do que ele fazia na Câmara dos Deputados - assinalou.

24/10/2006

Agência Senado


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