ACM protesta contra "falta de educação política"
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) protestou contra o que classificou como -falta de educação política- do cerimonial da Presidência da República. Ele contou que, na sexta-feira passada (4), foi informado por um subordinado do cerimonial sobre a viagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz nesta segunda-feira (7) a Salvador para inaugurar o primeiro posto do programa Farmácia Popular do Ministério da Saúde.
- Como é natural, não respondi. Mandei minha assessora parlamentar responder que eu não iria porque tenho outros compromissos. Sou um parlamentar e tenho obrigações aqui no Senado. Mas, o governador não foi sequer comunicado da viagem. Isso é inacreditável. É falta de educação política. Não se pode esperar uma educação esmerada do presidente Lula porque não teve. Mas, da sua assessoria e desse tal de Itamaraty, sim - afirmou.
Antonio Carlos disse que este não é o momento adequado para prestigiar o ministro da Saúde, e quem vai administrar o programa da Farmácia Popular é a organização não-governamental Ágora, presidida pelo empresário e amigo de Lula, Mauro Dutra. A ONG está sendo investigada pela utilização de notas frias para justificar gastos de recursos públicos.
Para o senador, é preciso aguardar os resultados das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público na Operação Vampiro. Ele ainda chamou atenção para a incoerência de se instalar uma Farmácia Popular dentro do Hospital Irmã Dulce, explicando que o hospital já dá gratuitamente remédios aos pobres e a Farmácia Popular vai vendê-los.
- Rapazes que antes eram pobres, agora andam ricos por Pernambuco, amigos do ministro Humberto Costa porque trabalhavam com ele antes intensamente. Será possível que eram honestos antes e ficaram desonestos no governo Lula? - perguntou.
Antonio Carlos também alertou a Mesa do Senado para possível manobra da base do governo, para protelar a votação do novo valor do salário mínimo. Segundo ele, a manobra pretende evitar que a medida provisória que fixou o reajuste para R$ 260 seja votada no dia certo e acobertar a -covardia- daqueles que não querem mostrar publicamente seu voto alegando viagem para se ausentar.
07/06/2004
Agência Senado
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