ACM QUER EVITAR UTILIZAÇÃO DO FUNDO DA POBREZA NO AUMENTO DO MÍNIMO



O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, disse nesta terça-feira (dia 24) que tentará evitar a utilização de parte do Fundo de Erradicação da Pobreza para financiar o aumento do salário-mínimo, só aceitando esta solução em último caso.

- Acho que esse não é o recurso próprio para o salário mínimo, e nós evitaremos que isso aconteça - disse o senador.

Antonio Carlos admitiu, no entanto que, se for a única solução, a medida poderá ser adotada, já que "é preciso melhorar o salário-mínimo, e aqueles que ganham o mínimo são também pobres". Mas ele observou que, com este uso, o fundo estaria sendo desvirtuado.

Já a proposta de taxação dos fundos de pensão mereceu total aprovação do senador:

- É uma idéia excelente. Acho que os fundos de pensão vivem muito soltos e deveriam ser mais fiscalizados. É importante que eles paguem Imposto de Renda, e que desse imposto se pague um salário-mínimo decente ao trabalhador brasileiro - opinou.

Em resposta a um repórter que lhe perguntou se não teria sido tardia a decisão do presidente da República de apoiar o aumento do mínimo, Antonio Carlos respondeu:

- Nunca é tarde para se achar uma boa solução, e, mesmo que tenha sido um pouco tarde, porque poderia ter sido no ano passado, o presidente mostra boa vontade em relação ao assunto. Mas nós não devemos voltar ao passado. Vamos construir o futuro, com um salário-mínimo cada vez maior: esse de R$ 180 agora, e ainda maior para o ano.

O senador frisou, porém, que não pretende fazer recomendações ao presidente, inclusive porque este já teria dito, "com propriedade", que não as aceita. Da mesma forma, Antonio Carlos disse que não espera conversar com Fernando Henrique sobre sua sucessão na presidência do Senado:

- O presidente já disse que esse é um assunto do Senado, sobre o qual não quer opinar - lembrou.

24/10/2000

Agência Senado


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