FUNDO DA POBREZA E AUMENTO DO MÍNIMO SÃO IMPORTANTES CONTRIBUIÇÕES DO PFL, DIZ JADER
- Agora é para valer: Antonio Carlos Magalhães combatendo a pobreza e o PFL pedindo o aumento do salário mínimo. Essas propostas merecem o apoio do PMDB - disse.
Segundo Jader, nem mesmo o que o geógrafo Josué de Castro escreveu sobre a pobreza, nem a campanha contra a fome empreendida pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, ou a atuação da primeira dama, Ruth Cardoso, frente ao Comunidade Solidária tiveram tanta repercussão quanto a apresentação da proposta de Antonio Carlos. O líder do PMDB acredita que esse episódio é um marco na história do país.
- Achamos a fórmula. E, com o PFL querendo o salário mínimo de US$ 100, eu não resisti. Vejo o PFL engajado na questão da pobreza no Brasil - disse Jader, que, em nome da liderança do PMDB, antecipou que vai rejeitar qualquer emenda apresentada ao substitutivo aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Jader disse que irá apelar ao presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), para que aquela Casa aproveite a "cruzada cívica" e o "clima de entusiasmo" observados e, rapidamente, transforme a PEC em lei. "A Proposta é tão boa, séria, conseqüente, que não merece nem ser emendada."
Na presidência dos trabalhos, Antonio Carlos se disse "comovido" com as palavras de Jader.
SALÁRIO MÍNIMO
Jader Barbalho anunciou ainda que enviou mensagem ao presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), informando que recebeu com "entusiasmo" a notícia de que o PFL havia lançado campanha para fixar o salário mínimo em US$ 100. Porém, disse ter ficado frustrado quando, 24 horas mais tarde, o partido recuou da proposta, face a reação do ministro da Previdência e Assistência Social, Waldeck Ornélas, do PFL da Bahia.
Na mensagem, da qual enviou cópia ao presidente Fernando Henrique Cardoso, Jader afirma que "a iniciativa, do mais alto interesse social, não pode sofrer pressões que impeçam o avanço da distribuição de renda". Ele continua, manifestando "solidariedade e apoio, na certeza de que haverão de ser contornadas as restrições do ministro".
Em aparte, o líder do PFL, senador Hugo Napoleão (PI) disse que não há discrepância entre a decisão da Executiva do partido e a nota da presidência no dia seguinte.
- Não há recuo, há o esclarecimento que a proposta do (deputado Luiz Antônio de) Medeiros (PFL-SP) foi submetida à Executiva que criou uma comissão para estudá-la. O ministro Waldeck está trazendo informações para a comissão. Aceitamos posições divergentes para tomarmos com prudência a medida mais adequada - afirmou.
O senador Gerson Camata (PMDB-ES) ressaltou o gesto de Antonio Carlos de levantar a bandeira do combate à pobreza e lançar o olhar sobre a gente sofrida do Brasil.
- Esse é o grande gesto da vida pública do senador. Parece o gesto do papa João XXIII que deu uma reviravolta na doutrina social da Igreja Católica, fazendo uma opção preferencial pelos pobres. Juntar os esforços para chegarmos aos mais pobres está na tradição do próprio PMDB - disse Camata.
11/02/2000
Agência Senado
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