Acordo com FMI não especifica cortes orçamentários, afirma Malan
Em reunião que durou mais de quatro horas, os senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) cobraram do ministro da Fazenda, Pedro Malan, do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Martus Tavares, e do presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, detalhes sobre os efeitos que o acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o ajuste fiscal nele previsto terão em gastos na área social, nos investimentos das estatais do setor elétrico, nas aposentadorias do setor público e no aumento do salário mínimo e dos servidores públicos.
Apesar das explicações dos representantes do governo federal de que o socorro ao FMI pode representar a manutenção do crescimento econômico e a redução da inflação, senadores da oposição criticaram a interferência do Fundo na política econômica nacional e nos investimentos previstos no Orçamento.
Segundo Malan, o acordo com o FMI prevê apenas metas fiscais e inflacionárias que devem ser atingidas, sem definir quais cortes devem ser feitos para que o superávit primário de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) seja atingido. Malan negou com veemência que a privatização do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e da Petrobras esteja nos planos do governo ou que seja uma imposição do FMI.
Martus Tavares garantiu que o ajuste fiscal necessário será amplamente negociado com o Congresso Nacional, na discussão do projeto de lei orçamentária, que tramita na Comissão Mista de Orçamento. Ele negou ainda que o governo esteja pretendendo aumentar a carga tributária para alcançar as metas estabelecidas no acordo com o fundo.
14/08/2001
Agência Senado
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