Líder do PSDB diz que governo precisa esclarecer a necessidade dos cortes orçamentários



O senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, rebateu as críticas de integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva segundo as quais houve uma subestimação de R$ 8,9 bilhões nos gastos com pessoal e previdência, orçados pela equipe de Fernando Henrique Cardoso para este ano. Na visão dele, o atual governo precisa sair de um comportamento ambíguo e dizer claramente que o corte no orçamento foi necessário, porque há uma guerra iminente contra o Iraque e a dívida interna brasileira não pode explodir.

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci - -a face Malan do governo Lula-, segundo o líder do PSDB - fez o que precisava ser feito quando aumentou o superávit primário para 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) e promoveu o ajuste no orçamento deste ano, afirmou Virgílio. -Isso dá impopularidade-, acrescentou. As 14 medidas anunciadas na reunião ministerial desta segunda-feira (10) - que preservam programas na área social -foram -cosméticas-, na avaliação dele. Mas para se justificar perante a ala radical do PT, acrescentou, o governo Lula -sai com algo desonesto intelectualmente, que é colocar a culpa no governo passado-, disse o senador.

Ele lembrou que a oposição pode alterar a proposta orçamentária do governo Fernando Henrique Cardoso até à última etapa da sua tramitação no Congresso Nacional. -E de repente querem dizer para o deputado Babá (PT-PA) que não iam aumentar o superávit primário, mesmo sendo isso necessário-, comentou Virgílio.

O líder do PSDB disse ainda que a atitude do governo de cortar R$ 14 bilhões no orçamento deste ano para garantir a meta de superávit primário foi correta. Na visão dele, a equipe do presidente Lula devia deixar a ala radical do PT romper com o governo.

O senador defendeu, ainda, que a Reforma da Previdência deva ser enviada na próxima semana, início dos trabalhos da nova legislatura. Considerou que a reforma previdenciária corre um sério risco se for apresentada somente em junho, como pretende o governo, lembrando que há o recesso parlamentar em julho. -Não sei se há tempo político e lua-de-mel com o Congresso suficientes para votar as reformas-, afirmou.



11/02/2003

Agência Senado


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