Adelmir Santana cobra engajamento do Senado no debate da reforma política



Em discurso no Plenário nesta sexta-feira (27), o senador Adelmir Santana (DEM-DF) defendeu a necessidade de o Senado avançar na discussão da reforma política, que chamou de "mãe de todas as reformas". Tanto nesse tema como em relação aos demais assuntos de interesse do país, segundo o senador, o Congresso precisa estar sempre atento à necessidade de aperfeiçoamentos na legislação. Isso porque, como argumentou, a evolução e as mudanças na sociedade exigem que os parlamentares estejam focados no futuro.

- Então, mesmo que façamos reformas hoje, reforma política, previdenciária, sindical, tributária, ainda assim nós teremos de refazê-las em outras oportunidades, porque o mundo é dinâmico e as mudanças são, efetivamente, muito rápidas - analisou.

Adelmir Santana aproveitou para registrar sua adesão ao debate sobre a reforma política, antes mesmo de instalada a comissão especial mista da Câmara e do Senado que tratará do tema. Segundo ele, os presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara, Michel Temer, merecem aplausos por decidirem abordar a reforma política "de frente". No anúncio feito na quinta-feira (26) de criação da comissão, Sarney e Temer disseram que o grupo deverá, no prazo de 30 a 40 dias, consolidar todos os projetos em tramitação nas duas Casas que tratam do sistema político-partidário.

No pronunciamento, Adelmir Santana criticou os projetos de reforma política apresentados com a chancela do Poder Executivo no início deste ano. O senador brasiliense considerou os itens apresentados pelo governo "discutíveis", formados por uma série de projetos que fatiam a reforma.

- Infelizmente, mais uma vez, debate-se a reforma política sem que os próprios políticos consultem o povo - lamentou.

Em aparte, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), na linha defendida por Adelmir Santana, classificou como "indispensável" incorporar ao debate da reforma política a população brasileira. Ele sugeriu que o tema seja discutido em audiência pública no Plenário do Senado, com participação de entidades representativas da sociedade, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), representações sindicais, patronais e de trabalhadores. Mesquita Júnior ofereceu-se para requerer a realização da sessão especial sobre o tema.

O senador Marco Maciel (DEM-PE), por sua vez, classificou o debate sobre a reforma política como um "gênero de primeira necessidade". Muitas vezes, conforme o senador, as instituições brasileiras não respondem adequadamente às demandas da sociedade pelo fato de os parlamentares "não terem realizado ainda as reformas" necessárias.

- Seria um grande passo para que nós pudéssemos fazer as eleições de 2010 sob novos paradigmas, ou seja, com menor número de partidos políticos. Acho que a sociedade brasileira se conscientiza cada vez mais de que é necessário fortalecer as instituições, melhorar os níveis de governabilidade, e, para que isso ocorra, é fundamental que se faça a chamada reforma política - disse Maciel.



27/02/2009

Agência Senado


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