Adelmir Santana sugere mobilização geral para combater violência no Brasil
O senador Adelmir Santana (DEM-DF), em discurso nesta quinta-feira (7), demonstrou preocupação com o crescimento da violência no Brasil e pediu a mobilização de parlamentares, sociedade e de todas as esferas do poder na busca de uma solução, já que "a responsabilidade é de todos".
Adelmir Santana afirmou que, apesar da existência de experiências pontuais bem-sucedidas, a dimensão da violência no Brasil exige soluções que vão além de programas isolados. Ele citou como exemplo de experiência pontual o caso de Santa Maria, no Distrito Federal, que, para chegar ao nível de homicídio zero, com nenhum assassinato sendo registrado por dois meses consecutivos, fez um trabalho integrado entre as Polícias Civil e Militar e o conselho comunitário da cidade.
- É preciso fazer mudanças profundas e de longo prazo nos sistemas penitenciário, judiciário e policial - defendeu.
Adelmir Santana mencionou uma série de dados sobre a violência no país, incluindo os números do Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, segundo o qual entre 1996 e 2006 houve um crescimento de 20% nos índices de violência, enquanto a população brasileira aumentou 16,3%. As maiores vítimas, disse o senador, são os jovens com idade entre 15 e 24 anos. O Terceiro Relatório sobre Direitos Humanos do país, que reúne dados oficiais e de organizações não-governamentais, disse o senador, revela que em dez anos o número de jovens assassinados nessa faixa etária saltou de 11,3 mil para 18,6 mil - um aumento de 64%.
- O número de homicídios no Brasil supera o de países que enfrentam guerras, como o Iraque - disse.
O parlamentar comparou dados de outros países, informando que Nova York tem oito assassinatos por grupo de 100 mil habitantes; Londres, um; e o Brasil, 21, de acordo com o Mapa da Violência da Organização dos Estados Ibero-Americanos. Ele considerou esse índice "inaceitável por qualquer padrão internacional".
- Vivemos uma guerra civil que, a cada ano, fica mais cruel e sem controle. Apesar disso, parece que estamos nos acostumando com essa realidade. Nada mais parece chocar. Ou, pior, estamos alheios ao que está acontecendo - lamentou.
07/08/2008
Agência Senado
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