Suplicy sugere esforço conjunto para combater violência nos países da América do Sul
A reunião entre o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta sexta-feira (7) levou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) a sugerir aos chefes de Estado que adotem esforços comuns para resolver os problemas da violência nos países da América do Sul. Para Suplicy, a situação dos países que enfrentam problemas de segurança interna pelo surgimento de grupos ligados ao narcotráfico exige mudanças rápidas, que passam pela diminuição das desigualdades sociais.
- Se na Colômbia observamos uma verdadeira insurgência civil e o domínio de áreas do país por guerrilheiros, alguns ligados ao narcotráfico, vemos que no Brasil a situação está cada vez mais difícil. Apesar dos esforços do governo Lula para que todos os brasileiros tenham acesso a uma quantidade suficiente de alimentos e a oportunidades de educação, a velocidade das mudanças terá que ser muito maior - analisou Suplicy.
Suplicy observou que, no Rio de Janeiro, observam-se, a cada dia, cenas que -fazem lembrar até mesmo o que está acontecendo no Oriente Médio, com tiroteios, explosões e bombas-. A intranqüilidade na cidade, disse ele, é geral, seja em favelas ou em áreas de maior poder aquisitivo.
- É preciso encontrar solução desde os rincões como Guaribas (PI) até as regiões metropolitanas de Rio de Janeiro e São Paulo. A solução deve envolver o Brasil e a América do Sul. Lula e Uribe podem trocar idéias sobre como resolver esses problemas - opinou Suplicy, apontando um programa de garantia de renda mínima como opção para combater os históricos problemas sociais observados tanto no Brasil como na Colômbia.
Para isso, o senador sugeriu que se empreenda no Brasil um -esforço extraordinário- para que as reformas da Previdência e do sistema fiscal e tributário sejam feitas com urgência, com a perspectiva de resolver o problema social brasileiro, que passa pela grande desigualdade de renda no país.
Nesse sentido, disse Suplicy, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Congresso e o Executivo estão mobilizados analisando medidas e instrumentos que possam -garantir o direito à vida com dignidade e o estabelecimento de sistemas compatíveis com crescimento dinâmico da economia, atingindo o objetivo da eqüidade e a melhor distribuição da renda-.
REFORMA AGRÁRIA No momento em que o governo enfrenta pressão do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), o senador do PT confirmou que o presidente Lula tem o propósito de, por formas democráticas e pacíficas, resolver a questão agrária no país. O MST montou, durante o Carnaval, acampamentos em diversas cidades, demandando maior pressa na realização da reforma agrária.
- Algumas manifestações são pacíficas e ordenadas, algumas com abusos que não recomendo, como na invasão da sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Goiânia. Se forem de maneira pacífica e respeitosa, é natural que o governo estará com a disposição de sentar-se à mesa com os representantes dos sem-terra e acelerar processo de desapropriação de latifúndios improdutivos. É preciso mais rapidez nas ações para que não haja agravamento da situação - declarou o senador.
07/03/2003
Agência Senado
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