Ademir Andrade apóia trégua entre candidatos de oposição



O senador Ademir Andrade (PSB-PA) defendeu que os candidatos dos partidos de oposição à Presidência da República não façam agressões mútuas. Ele citou o encontro dos senadores de oposição com o presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, em que houve um entendimento para que não haja ataques frontais entre eles.

De acordo com Ademir Andrade, Lula "assimilou bem" o entendimento dos 18 senadores presentes - além dos 16 de partidos da oposição, o encontro contou também com a presença dos peemedebistas José Alencar (MG) e Roberto Requião (PR).

- É preciso haver entre nós certo respeito, certa consideração, para que, mais tarde, ao estarmos juntos, não confundamos a opinião pública e a idéia das pessoas. Se dizemos que um candidato não tem a qualidade ou a força necessária para ser presidente da República do Brasil, falando mal dele, desconsiderando suas possibilidades agora, como nos apresentaremos, no segundo turno, de mãos dadas? - indagou o parlamentar pelo Pará.

Ademir Andrade lembrou que a oposição tem um inimigo comum, "que é o governo, aliado ao setor especulativo e subserviente aos países mais ricos do mundo". Para ele, é preciso "evitar usar a linguagem que este governo usa para desqualificar".

O parlamentar enalteceu a postura do candidato do PSB à presidência, o governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho. Para ele, o governador tem mantido um posicionamento "mais consistente, mais contundente". Por exemplo, o governador não tem dito que irá manter os compromissos internacionais e também os compromissos internos firmados pelo governo.

Entre as ações exemplares de Garotinho, Ademir citou sua intransigência em não pagar os salários de marajás no estado. Outra atitude lembrada por Ademir Andrade foi o estabelecimento de um salário-mínimo de R$ 220 para o setor privado no Rio, recentemente aprovado pelo Supremo Tribunal Federal.

De acordo com o senador, Garotinho tem proporcionado "socorro efetivo" para a população, socorro que vem em "inúmeros programas sociais da maior importância". Como exemplo, ele citou os programas de renda mínima e os restaurantes populares.

O representante do Pará no Senado informou que Garotinho visita nesta sexta-feira (dia 28) seu estado. Na agenda do governador está um almoço com empresários evangélicos e visitas aos principais órgãos de imprensa, ao Museu Emilio Goeldi, à Federação das Indústrias e à Associação Comercial.

No discurso desta quinta-feira (dia 27), Ademir Andrade protestou ainda contra o superávit de R$ 3,2 bilhões conseguido pelo governo, superando a meta exigida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo ele, "o governo aplica bem menos do que arrecada", ficando com a diferença para pagar os juros da dívida brasileira. O senador também criticou a decisão de conceder isenção da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) às operações em bolsas de valores, enquanto assalariados e outros trabalhadores continuarão a pagar o imposto.

- O Brasil é um país muito farto, muito grande, muito rico, cujo povo é muito pacífico, muito pacato, muito conformado. O povo deveria ser mais exigente, cobrar mais o seu direito, não aceitar essa distribuição tão desigual da riqueza. O povo deveria brigar mais, lutar mais, exigir mais, fazer mais greves, cobrar efetivamente aquilo que precisa para ter uma vida digna, porque só uma ação muito conseqüente do povo faria um governo como esse mudar a sua posição política - afirmou o senador.

27/09/2001

Agência Senado


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