Ademir Andrade critica proposta de Arruda de união nacional para enfrentar crise Argentina
Ele afirmou que Arruda, que o antecedeu na tribuna, ao pregar a proposta de união nacional, "age cinicamente, faz demagogia ou mostra que lhe falta a lógica", pois é sabido que o Brasil também vive uma situação difícil, igual ou pior do que a da Argentina, com problemas com sua dívida externa e o pagamento do serviço da dívida, e ainda com a balança de pagamentos estagnada há seis anos.
O líder do PSB disse que a Argentina seguiu todas as orientações do Fundo Monetário Internacional (FMI), bem antes das reformas levadas a cabo no Brasil. Ele explicou que os argentinos privatizaram todo o seu patrimônio, mas, ainda assim, continuam "atolados" em dívidas astronômicas.
Segundo Ademir Andrade, a atual política do presidente Fernando Henrique Cardoso e do ministro da Fazenda, Pedro Malan, de tomar o dinheiro do povo brasileiro para pagar a dívida externa "é a de tirar o sangue do povo". Ele explicou que, para atender aos interesses dos países mais desenvolvidos e do sistema financeiro internacional, somente este ano foram pagos R$ 38,5 bilhões para saldar o serviço da dívida, que não para de crescer, apesar das privatizações de vários setores da economia nacional.
- De nada adiantou privatizar e vender tudo, pois não deu em absolutamente nada. Nós não temos condições de pagar essa dívida externa. O Brasil não deve entrar nesse tipo de coisa - afirmou o senador, referindo-se à proposta de José Roberto Arruda.
Plataforma P-36
Ademir Andrade, no mesmo pronunciamento, lamentou o acidente ocorrido com a plataforma P-36 da Petrobrás, na bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Ele convocou a sociedade para ajudar a fortalecer "essa empresa genuinamente brasileira nesse momento de dificuldade".
O senador apontou a terceirização dos serviços contratados pela Petrobrás como um dos possíveis motivos do acidente verificado na plataforma. Ele disse que o quadro de pessoal da empresa - que chegou a ter 70 mil funcionários - foi reduzido pela metade para dar lugar às terceirizações.
Em aparte, os senadores Alberto Silva (PMDB-PI), Ney Suassuna (PMDB-PB) e José Alencar (PMDB-MG) solidarizaram-se com a proposta de união do povo para fortalecer a Petrobras. Já o senador José Eduardo Dutra (PT-SE) criticou a ausência de Arruda e da bancada governista do plenário para dar continuidade ao debate sobre a crise argentina.
20/03/2001
Agência Senado
Artigos Relacionados
Suassuna diz que é preciso investir nas exportações para enfrentar efeitos da crise argentina
Ademir Andrade critica inclusão do Pará no racionamento de energia
Plenário vota proposta de Ademir Andrade para combater desigualdades regionais
Parlamentares pedem união para enfrentar a crise
ADEMIR ANDRADE RELATA CRISE NO INCRA DE MARABÁ
ADEMIR ANDRADE CRITICA CORTES NO ORÇAMENTO