Parlamentares pedem união para enfrentar a crise



O presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), recordou as graves consequências da crise de 1929 ao defender, nesta segunda-feira (16), em Montevidéu, a adoção de uma ação conjunta do bloco diante da atual crise econômica internacional - a mais grave, como ressaltou, desde aquela época.

Depois de 1929, recordou o senador durante sessão do Parlamento do Mercosul, houve um grande crescimento do protecionismo e do nacionalismo econômico, que acabaram levando o mundo ao radicalismo político e à 2ª Guerra Mundial. Atualmente, comparou, as economias estão mais integradas do que naquela época. E os erros das experiências anteriores deveriam orientar os governos a respeito do que precisa ser evitado.

- Estamos assistindo a um retorno do protecionismo e a uma atitude passiva diante da crise. Por isso, o Parlamento deveria propor medidas mais fortes de integração. Ou somos capazes de pensar em maior convergência macroeconômica e maior integração produtiva, ou assistiremos nossas divergências aflorarem - alertou.

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) ressaltou o "potencial gigantesco" da região - aí incluída a sua capacidade de geração de energia - e defendeu a necessidade de maior integração entre as economias dos países que formam o bloco. Em sua opinião, o Mercosul poderia ajudar não só a região como o mundo a "superar o sistema capitalista, que não tem mais o que oferecer à Humanidade".

O senador Neuto de Conto (PMDB-SC) também recordou a grande capacidade de produção dos países do bloco, especialmente na área de alimentos. Para ele, o estímulo ao setor agrícola pode ser o "grande caminho para se buscar a redenção neste momento tão delicado".

Por sua vez, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) considerou positivo o fato de os países do Mercosul estarem debatendo juntos os caminhos para enfrentar os efeitos da crise econômica mundial.

- Nós representamos o povo da América do Sul, e este Parlamento tem que ser valorizado. A crise deve trazer como resultado o nosso entendimento, a nossa integração. Vamos parar de chorar as nossas misérias e discutir as nossas potencialidades - sugeriu Simon.



16/03/2009

Agência Senado


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