ADEMIR ANDRADE RELATA CRISE NO INCRA DE MARABÁ
O senador Ademir Andrade (PSB-PA) relatou hoje (dia 20) em plenário a tensão vivida nos últimos dias com a invasão da superintendência do Incra em Marabá por 10 mil trabalhadores rurais. Conforme o senador, a falta de entendimento entre esses trabalhadores e a direção do Incra levou à retenção, por mais de 24 horas, de quatro técnicos da instituição. Ele disse que a crise agora está sanada, mas alertou o governo para a necessidade de destinar mais recursos para a reforma agrária.
Ele informou que foi longo o processo de negociação desse conflito e, só ontem à tarde, os quatro funcionários foram liberados, quando então o presidente nacional do Incra, Milton Seligman, concordou em retomar as negociações. O senador disse que a ocupação da instituição em Marabá foi uma forma de pressionar o governo federal a cumprir suas promessas e compromissos sobre reforma agrária.
Ademir Andrade narrou reunião realizada esta manhã em Brasília com Milton Seligman. Disse que compareceu ao encontro junto com os deputados Eduardo Greenhalg, Paulo Roberto, Socorro Gomes e Geraldo Pestana, além de representantes de movimentos de trabalhadores. Nessa reunião, segundo contou, Ademir disse a Seligman que, ao invés de governo e trabalhadores se tratarem como adversários, deviam unir seus esforços para fazer a reforma agrária.
O senador relatou que Milton Seligman ameaçou fechar a superintendência do Incra em Marabá, o que, na opinião de Ademir Andrade, significaria um inaceitável recuo na luta pela reforma agrária. O senador também informou que os trabalhadores do sul do Pará desejam a substituição do superintendente do Incra na região, devido às dificuldades de entendimento com essa autoridade.
De acordo com o senador, o orçamento do Incra é insignificante para atender às necessidades da reforma fundiária. E, como exemplo, ele afirmou que, em 1997, o governo liberou recursos para a recuperação de 800 quilômetros de estradas vicinais, quando há 32 mil quilômetros de estrada aguardando recuperação. "O que os trabalhadores que estão lá querem é isso - estradas, escolas, assistência técnica, etc. E nada disso está sendo feito pelo governo", concluiu.
20/11/1997
Agência Senado
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