Ademir Andrade diz que mais alimentos não acabam com a fome
Segundo o senador, diminuiu, inclusive, a área plantada em relação ao total da população. Na década de 50, informou, utilizava-se 0,23 hectare por pessoa, enquanto atualmente utiliza-se apenas 0,12 hectare.
- Se há regiões onde se passa fome, é porque a distribuição da produção de riquezas é desigual - disse Ademir, informando que 40% dos grãos colhidos no planeta são utilizados para alimentar vacas, ovelhas, cabras e outros animais.
O representante do Pará no Senado citou as obras Geopolítica da Fome e Geografia da Fome , de Josué de Castro, que afirmou permanecerem "extraordinariamente atuais". O autor, afirmou o senador, propôs que a solução para acabar com a pobreza e a fome "só se poderia concretizar com a alteração substancial das estruturas rurais então vigentes, ou seja, a reforma agrária".
Ademir Andrade disse que, no Brasil, a situação mudou "muito e nada":
- Não se fez a reforma agrária na proporção necessária, o homem do campo foi brutalmente expropriado e expulso, as cidades se agigantaram e empobreceram de forma assustadora; o país se modernizou, é certo, mas os desequilíbrios sociais e culturais se acentuaram; a agricultura se industrializou, aumentando, assim, a capacidade produtiva, embora não distributiva, de gêneros alimentícios - disse.
Para o senador, é preciso que a modernização agrícola deixe de ser "a adaptação local de um paradigma universal de desenvolvimento técnico para transformar-se em capacidade de inserção do desenvolvimento agrícola na dinâmica do meio natural".
O senador opinou que o mundo está muito longe de cumprir a meta estabelecida na Cúpula Mundial de Alimentação, de reduzir pela metade os quase um milhão de pessoas que passam fome no mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Para ele, "é inconcebível que a fome e a desnutrição continuem minando cerca de 25% das pessoas do país e do mundo".
16/10/2001
Agência Senado
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