ADEMIR ANDRADE INSISTE EM SOLUÇÃO PARA ENCOL
O presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), senador Ademir Andrade (PSB-PA), pediu hoje (dia 2) determinação dos parlamentares para que haja maior interesse do governo federal no sentido de se encontrar uma solução para a crise da construtura Encol, que atinge cerca de 42 mil famílias, além de 12 mil empregados que não recebem salários há meses.
- O Congresso já manifestou-se sobre o assunto com mais de vinte discursos, por isso a CAS busca reunir mutuários, empregados, credores e parlamentares para um debate legislativo e judiciário visando a uma saída para o caso -disse o senador durante audiência pública promovida na noite de hoje (dia 2) pela comissão, reunindo os presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal (CEF), um representante dos mutuários e outro dos empregados.
Paulo César Ximenes e Sérgio Cutoloalegaram falta de fundamentos jurídicos e técnicos,além da ausência de profunda auditoria nas contas internas da Encol, pararejeitar a proposta de administração e incorporação da construtora pelos mutuários e empregados da empresa.
Ademir Andrade disse ainda acreditar que, pelas palavras dos dirigentes da CEF e do BB, o governo federal está lavando as mãos diante do problema, após haver financiado diversos projetos da Encol que trouxeram prejuízos para o Tesouro.
Os representantes dos mutuários e empregados da Encol, Charles Belchier e Fábio Natal, respectivamente, apelaram no sentido de que a proposta por eles apresentada seja aperfeiçoada por todos os segmentos envolvidos, já que esbarraria em aspectos que somente o Judiciário pode resolver. De acordo com os dois representantes, devem ser levantados cerca de R$ 1,8 bilhão para a conclusão das obras e entrega dos apartamentos vendidos pela construtora em todo o Brasil.
O presidente daCEF pediu um prazo de cerca de 15 dias para uma nova análise da proposta, mas manteve sua posição de que o caso Encol só tem uma saída: a falência. Cutolo lembrou que fora os empreendimentos lançados e não cumpridos, a Encol já tinha um antigo "rombo interno", que, no caso de uma interferência financeira da União, geraria maior prejuízo ao governo.
- O governo não trabalha mais esse tipo de financiamento - assinalou o Cutolo, sob o protesto de vários senadores, como Emília Fernandes (PDT-RS), para quem a solução para a Encol poderia ser nos mesmos moldes do Proer.
O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-RN) apontou "conivência" do Banco do Brasil com os financiamentos feitos anteriormente à Encol, e lembrou que um técnico designado pelas instituições credoras da construtora, entre elas o BB e a CEF, não concluiu até hoje a auditoria na empresa.01/09/1997
Agência Senado
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