VALMIR QUER SOLUÇÃO PARA CRISE DA ENCOL



O senador Valmir Campelo (PTB-DF) afirmou hoje (dia 18) que "a Encol já mostrou capacidade técnica e poderá reerguer-se, se for devidamente amparada". Ele defendeu a renegociação da dívida da empresa com os bancos credores, especialmente com a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.

- Já salvamos tantos bancos quebrados, por que não salvaríamos uma empresa que, de uma forma ou de outra, tem ajudado o Brasil a superar o seu problema de déficit habitacional? - questionou. A seu ver, "não se pode, em nome da intransigência capitalista, condenar milhares de pessoas ao prejuízo, à desesperança e ao desemprego".

Citando dados de jornais, Valmir Campelo disse que a construtora tem cerca de R$ 1,2 bilhão a receber de clientes que compraram imóveis cujas obras foram paralisadas e outros R$ 600 milhões aplicados em imóveis que não consegue vender. O senador acredita que a Encol, "embalada pela euforia do crescimento verificado no início da década", acabou construindo mais apartamentos do que os brasileiros podiam comprar

Conforme Valmir Campelo, até 1994, a Encol "valendo-se de vultosas aplicações financeiras conseguiu manter-se na corda bamba". Entretanto, a partir do Plano Real, a situação se complicou para a empresa, "que então se tornara grande demais e já não conseguia andar pelas próprias pernas".

- A crise que vive a Encol extrapola o mundo dos negócios na medida em que envolve aspectos sociais de indiscutível relevância - advertiu o senador. Para ele, "muito além dos bancos, do Fisco, dos fornecedores que brigam para receber o que a empresa lhes deve, existe uma legião de 42 mil mutuários que acreditaram na possibilidade da casa própria e que investiram anos e anos de poupança na aquisição de um imóvel, além dos 12 mil funcionários que não recebem salários há mais de três meses".

Em aparte, os senadores Bello Parga (PFL-MA) e Nabor Júnior (PMDB-AC) associaram-se ao pronunciamento do senador Valmir Campelo, pedindo também uma renegociação da dívida da empresa.

18/08/1997

Agência Senado


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