Ademir Andrade pede conclusão de obras em Tucuruí



O senador Ademir Andrade (PSB-PA) apresentou nesta sexta-feira (dia 2) requerimento de informações ao ministro dos Transportes Eliseu Padilha sobre a demora na construção das eclusas de Tucuruí. Entre os questionamentos propostos, o senador que saber por que as eclusas de Tucuruí não foram construídas junto com a usina hidrelétrica, como inicialmente previsto, o cronograma para execução da obra e quanto dinheiro será necessário para a conclusão dela. Com o requerimento, o senador pretende mensurar a prioridade que o governo quer dar à construção das eclusas, que permitirão o funcionamento da hidrovia Araguaia-Tocantins. Ademir defendeu uma ampla mobilização dos senadores a fim de se garantir dotação orçamentária para a conclusão da obra.

De acordo com os cálculos do senador, para manter o ritmo necessário das obras das eclusas seria necessário haver uma dotação de R$ 109 milhões no ano passado, e foram gastos apenas R$ 18 milhões. Para este ano estão previstos R$ 90 milhões, mas o governo já fala em cortes, informou. O senador explicou que a hidrovia Araguaia-Tocantins é de grande importância para o desenvolvimento do país, especialmente para as regiões Norte e Centro-Oeste. A hidrovia atravessa dois terços do território brasileiro e é formada pelos rios das Mortes, Araguaia e Tocantins, cruzando os estados de Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Pará.

Ademir Andrade disse lamentar o atraso que a transposição do desnível de Tucuruí vem sofrendo sucessivamente. Ele explicou que a obra consiste na construção de duas grandes eclusas, permitindo que os comboios de navegação na hidrovia vençam um desnível de 64 metros, existente entre o reservatório de Tucuruí e o rio Tocantins.

Para o senador, o atraso na obra se deve à falta de atenção suficiente do governo federal, o que ameaça seriamente a meta de conclusão das eclusas em 2002, na mesma ocasião em que deverá entrar em operação a segunda casa de força de Tucuruí, chamada Tucuruí 2. Na opinião do senador, só funciona em Tucuruí o que interessa aos poderosos: a hidrelétrica fornece energia para a Albrás-Alunorte, a Alcoa no Maranhão e para o projeto Carajás.

A atitude do governo, afirmou Ademir, representa uma ilegalidade flagrante, uma vez que o Código de Águas determina que o responsável pela construção de barragem de um rio navegável restabeleça suas condições originais, inclusive em relação à fauna. Como está, a barragem não permite a reprodução de alguns tipos de peixes, além de tornar trecho do rio não navegável, observou.

Em aparte, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) disse acreditar que o problema interessa a todo o país e que a obra é tratada com descaso pelo governo federal desde os anos 80. O senador defendeu a importância de haver subsídios para a energia elétrica na região, tornando economicamente viável a produção de alumínio, mas disse não entender como o governo deixa de concluir, paralelamente, a construção das eclusas, tão importantes para a abertura da hidrovia.

02/02/2001

Agência Senado


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