ADEMIR ATRIBUI LIQUIDAÇÃO DO BANCO DO AMAPÁ A "PRIVATISMO" DO GOVERNO



Ao lamentar, hoje (dia 3), a liquidação do Banco do Amapá, o senador Ademir Andrade (PSB-PA) admitiu não ter conhecimento das razões que levaram o Banco Central a tal decisão, masentende que essa atitude faz parte de uma política de governo. "A depender de Fernando Henrique Cardoso e do partido cuja orientação ele segue, o PFL, pouco restará do Estado brasileiro", afirmou.

- Ele já vendeu o parque siderúrgico, o setor elétrico, as companhias telefônicas estaduais e está tentando vender todo o sistema bancário estadual, pressionando permanentemente os governadores a se desfazerem dos bancos estaduais ou transformá-los em agências de desenvolvimento - afirmou.

O senador referiu-se também ao fechamento de 16 agências do Banco da Amazônia (Basa), três delas no Pará.

ENCOL

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), falando por um grupo de mutuários da Encol que o acompanhou ao plenário, solicitou que Ademir, como presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), esclarecesse qual o encaminhamento que a comissão dará à situação de mutuários e funcionários da empresa.

Ademir Andrade disse que, na audiência realizada ontem pela CAS, ficou claro que a posição do governo é favorável à decretação da falência da Encol. Com isso, acrescentou, "os mutuários perderão todos os seus direitos, pois haverá um leilão dos esqueletos das obras paralisadas, cujos recursos serão prioritariamente destinados a saldar débitos trabalhistas, com o governo e com os bancos. Por último, os mutuários".

O senador disse que a CAS, entretanto, está negociando com o governo no sentido de que se aguarde, antes de uma decisão mais drástica, o resultado dos estudos que estão sendo feitos por duas empresas americanas interessadas em comprar a Encol. E sugeriu que os mutuários pressionem o governo a rever sua intenção de decretar a falência da empresa, fazendo manifestações "como a de hoje diante do Palácio do Planalto".

Ademir Andrade informou que a comissão reúne-se novamente na manhã da próxima terça-feira (dia 9).



03/09/1997

Agência Senado


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