ADEMIR DENUNCIA RISCO DE DESTRUIÇÃO DOS MANANCIAIS EM BELÉM



O senador Ademir Andrade (PSB-PA) denunciou nesta quinta-feira (dia 20) que os mananciais que abastecem a cidade de Belém, cuja região metropolitana abriga cerca de 1,6 milhão de pessoas, correm sério risco de serem destruídos, caso a poluição de suas águas mantenha os níveis atuais. Segundo o parlamentar, técnicos do setor revelaram que os Lagos de Bolonha e Água Preta, que fornecem água para a capital paraense, estão sendo assoreados e poluídos, obrigando a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) a bombear água do rio Guamá - que banha boa parte de Belém.Ademir Andrade qualificou a poluição dos mananciais como "uma história de irresponsabilidade social e incúria administrativa de parte dos governantes" que se sucederam no governo do estado. Ele informou que, na região dos lagos, cerca de 100 mil pessoas vivem em condições "miseráveis e subumanas". Lá, disse o senador, não existe saneamento básico, e, na época das enchentes, as casas são invadidas por todo o tipo de imundice, expondo a população a uma série de doenças. Além disso, relata o senador, os dejetos produzidos pela população são levados diretamente para os mananciais que fornecem água à Belém.O senador informou que o governo do estado, desde a década de 90, vem planejando o saneamento daquela área, e, nesse sentido, criou o Programa de Ação Social de Saneamento (Prosege) que, ao longo da década, recebeu recursos de R$ 14 milhões do governo estadual e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Apesar disso, lamenta, a área continua sem esgotamento sanitário. Ele acusou a Cosanpa de ter cometido uma "quantidade de erros e irresponsabilidades" na concepção do projeto, que resultou na paralisação das obras desde maio de 1997, às vésperas de serem concluídas, por embargo judicial.No final do ano passado, por solicitação da Comissão das Entidades do Entorno dos Lagos, Ademir enviou expediente à Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano (SEPURB) e ao BID para obter informações sobre o Prosege. Como resposta, o parlamentar recebeu a confirmação, tanto da secretaria, que reconheceu não haver qualquer "dispositivo adequado" para o tratamento de dejetos e uso de materiais fora de especificações técnicas, como do banco, de que havia problemas na execução e funcionamento do projeto.De acordo com Ademir Andrade, erros na concepção do Prosege e irresponsabilidades na sua execução, além de provocar atrasos e transtornos, estão promovendo gastos 50% acima do previsto. O parlamentar anunciou, ainda, que, nesta sexta-feira (dia 21), estará visitando, pessoalmente, a área do projeto, acompanhado de lideranças locais.

20/01/2000

Agência Senado


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