ADEMIR ANDRADE DENUNCIA DESTRUIÇÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS



 ADEMIR ANDRADE DENUNCIA DESTRUIÇÃO DAS UNIVERSIDADE PÚBLICAS BRASILEIRAS

O senador Ademir Andrade(PSB-PA) disse que apesar de mais de 90% da produção científica brasileira se realizarnas universidades públicas, "parece inacreditável que esteja em curso uma políticadeliberada de destruição dessas instituições no Brasil", afirmou. De acordo com osenador, o problema do ensino superior, no Brasil, se agrava em conseqüência dosdesequilíbrios regionais. De cada 100 jovens entre 18 e 24 anos que tentam ingressar noensino superior nas regiões Norte e Nordeste, apenas cinco são bem sucedidos. SegundoAdemir, tais informações foram coletadas de dados divulgados pelo último Censo Escolar,realizado pelo Ministério da Educação.
- A recente greve das universidade públicas paulistas deixou claro um dilema quenecessita ser enfrentado: é possível e desejável manter um ensino e uma pesquisa dequalidade numa sociedade periférica? – perguntou.
Ademir disse que, pelo menos no retrato revelado pelo Censo Escolar, a educação doBrasil está melhor, pois o País tem cada vez mais alunos matriculados em quase todas asfases do ensino, mas cobrou do governo novas medidas para melhorar a situação do ensinonas universidades.
- É legítimo exigir que o Governo dê a devida atenção, apresentando à sociedadebrasileira um projeto de universidade à altura de nossos anseios de desenvolvimento ecoerente com o esforço que vem sendo empreendido nos demais níveis de ensino - afirmou.
Em números absolutos, conforme Ademir, o cenário da espiral concentradora é ainda maisdevastador quando se considera que a região Sudeste detém mais vagas no ensino superiordo que a soma de todas as outras regiões juntas. No Pará, por exemplo, estado do qual éum dos representantes, Ademir Andrade disse que as universidade teriam que abrir 600% amais de vagas para suprir a demanda até 2004.
O desequilíbrio agrava-se ainda mais, segundo o senador, quando se trata dos cursos depós-graduação, mestrado e doutorado. Acrescentou que hoje, no Brasil, a região Sudesteconcentra 69,7% desses cursos e a região Sul 13,5%, enquanto os 20% restantes ficamdistribuídos nas outras regiões.
- O fato inconteste é que, sem uma universidade pública digna desse nome, o Brasildificilmente chegará ao fim das próximas décadas na posição em todos sonhamos vê-lo- defendeu Ademir Andrade.



13/09/2000

Agência Senado


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