ADEMIR DIZ QUE A GLOBALIZAÇÃO É UMA FARSA E SÓ AGRAVA PROBLEMAS
O senador Ademir Andrade (PSB-PA), que participou em Lisboa do III Congresso do Sindicalismo Global,advertiu hoje (dia 05), em discurso no plenário, que a globalização não resolve os problemas do mundo, mas os agrava. Ele se disse feliz por perceber que os trabalhadores do mundo estão se dando conta de que mercado globalizado "é uma grande mentira, uma grande farsa, que não tem nada a ver com solidariedade".
Ademir pregou a necessidade de o trabalhador compreender que sua luta não pode ser apenas sindical, mas política, a fim de impedir o avanço do poder do capital sobre a humanidade. "Ao invés de preocupar-se só com o emprego, o trabalhador precisa olhar o mundo como um todo e ver que metade do mundo passa fome, enquanto há pleno espaço para produção e consumo", aconselhou.
O senador alertou para o fato de que, se as nações não tiverem cuidado, em breve estarão governadas "por donos de grandes conglomerados, bancos e multinacionais, que não são eleitos, nem prestam contas a ninguém". Conforme assinalou, num processo desses o poder econômico passa a mandar na sociedade e os governantes tornam-se subservientes.
- Há o risco de construir-se um mundo onde o povo não existe e onde o político passa a ser considerado um instrumento do poder econômico. A globalização é perversa porque é algo que não diz respeito ao povo e chega a impedir o processo produtivo - frisou.
Reunindo mais de 400 trabalhadores, oriundos sobretudo de países de língua portuguesa e espanhola, o congresso em Lisboa debateu o tema "Economia do Trabalho no Mercado Global". Uma das principais conclusões do encontro, acrescentou, foi constatar que a globalização interessa sobretudo aos países desenvolvidos (G-7) ou em desenvolvimento, negligenciando os países mais pobres, como os africanos, que sequer têm influência nesse processo.
Ademir considerou promissor observar que os trabalhadores do mundo estão atentos à globalização e à questão do trabalho num mercado unificado. "Eles estão compreendendo esse processo, questionando e se opondo a ele. Porque globalização é vista como se fosse integração, mas na verdade é um processo desumano", afirmou.
05/12/1997
Agência Senado
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