LAURO: POLÍTICA DE JUROS AGRAVA DESIGUALDADES
O senador Lauro Campos (PT-DF) criticou hoje (dia 20) a direção dada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso à economia brasileira. Segundo o senador, a política de juros do governo federal tem criado um ambiente recessivo, agravando as desigualdades sociais. "O governo está amordaçando o consumo, com essas taxas de juros. Todos os setores encontram-se sufocados por uma "política economicida". É o ciclo vicioso da pobreza e da miséria", afirmou.
Para Lauro Campos, alguns economistas traçam um quadro recessivo para a economia mundial, "com conseqüências mais graves do que as da crise de 1929". Ele citou a opinião do megainvestidor George Soros, que compara o momento atual a um incêndio não controlado. "Não são os pessimistas da oposição que dizem. A crise atual é ainda pior que a de 1929 porque é global", comentou.
O senador atacou a intervenção do governo nas recentes quebras de instituições bancárias, citando o economista Milton Friedman, ganhador do Prêmio Nobel, para quem os governos não devem se envolver nas dificuldades do sistema financeiro.
- Até o Milton Friedman disse que é para deixar quebrar. No entanto, no Brasil, seus discípulos criaram o Programa deRestruturação do Sistema Financeiro ( Proer), sustentando a especulação. Só no Banco Nacional gastaram R$ 9,3 bilhões - afirmou.
Segundo Lauro Campos, o país deve procurar um caminho próprio para fugir dos prejuízos da globalização econômica. "Se ela nivela a tecnologia em escala mundial, é óbvio que, quemquiser disputar com o custo do trabalho praticado por países que pagam um ou dois dólares por dia deverá reduzir salários a esse nível. Será que o custo FHC vai reduzir ainda mais os salários no Brasil ?", questionou.
20/03/1998
Agência Senado
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