Ademir diz que oposição está fortalecida



A indefinição nas eleições das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado está fortalecendo a oposição, opinou, nesta quinta-feira (dia 01), o senador Ademir Andrade (PSB-PA).

- Somos o fiel da balança - afirmou.

Ademir Andrade observou que a candidatura do senador Jefferson Péres (PDT-AM) à Presidência do Senado é uma alternativa, mas disse que a oposição poderá abrir mão dela em favor de um nome de consenso. Para chegar a esse nome, destacou, seria preciso discutir programas, compromisso de uma gestão mais democrática, mudanças regimentais - como o fim do voto de liderança - além de condicionar o apoio à participação da oposição na Mesa e na presidência de comissões.

Ademir Andrade acredita que os problemas encontrados nas votações no Congresso - que levaram inclusive à suspensão da sessão desta quinta-feira (dia 1º) - resultam do uso indevido das medidas provisórias (MPs) e da resistência do Executivo a alterações nas regras de edição das MPs, o que se pode constatar, segundo o senador, pelo longo tempo em que as propostas de emenda à Constituição que contêm essas mudanças estão tramitando no Congresso: seis anos, sendo que há mais de um ano a matéria está pronta para votação na Câmara..

- Responsabilizo o presidente da Câmara, Michel Temer, pela situação - disse Ademir Andrade.

Mesmo reconhecendo que Temer está sofrendo pressões de todos os lados, o senador afirmou que o presidente da Câmara não tem que fazer o que o governo quer e sim atender aos desejos da Nação.

- Ele não deve ser pau mandado do governo - afirmou.

Analisando as recentes posições adotadas pelo PFL, Ademir Andrade disse não ver qualquer problema numa aliança - impensável até há pouco tempo, conforme lembrou - entre o PFL e a oposição.

- Quem está mudando de posição são eles. Acho ótimo porque, nesse momento, fazem o que é bom para a população, como a oposição, que sempre vota de acordo com o interesse do povo - opinou.

A oposição tem 16 senadores, de um total de 81. São seis do PT, três do PSB, três do PPS, dois do PDT, um do PV e uma sem partido.

Medidas Provisórias
Ademir Andrade criticou a forma com que as MPs estão sendo votadas pelo Congresso. Para ele, seria importante seguir a tramitação regimental e examinar todas as MPs em comissões mistas.

- As medidas estão sendo aprovadas de sopetão, sem análise, sem discussão, sem apresentação de emendas. Muitas vezes os parlamentares não sabem sequer o que estão votando - afirmou.

Para Ademir Andrade, é imprescindível que o Senado defina novas regras para a tramitação das MPs. A situação atual, observou, com possibilidade de reedição sem limites, permite que o Executivo tome o lugar do Legislativo, deixando sob a forma de MPs matérias de interesse do presidente da República, que altera o texto das medidas durante as reedições e assim legisla livremente, sem interferência do Congresso Nacional, que tem competência constitucional para isso.

01/02/2001

Agência Senado


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