ADEMIR: GOVERNO BAIXA MEDIDAS SEM TOMAR PRECAUÇÕES



Ao comentar duas decisões anunciadas nas últimas semanas (a proibição da venda de gado por estados ameaçados pela febre aftosa e a suspensão de todas as autorizações de transporte de produtos florestais), o senador Ademir Andrade (PSB-PA) criticou o governo federal por, segundo disse, baixar medidas sem tomar precauções ou simplesmente ouvir os atingidos pelas determinações.No caso da portaria assinada pelo ministro da Agricultura, Francisco Turra, Ademir Andrade testemunhou que foi necessário vir uma bancada de deputados federais e estaduais do Pará, junto com senadores, para que a decisão fosse revista. Ele afirmou que, em vez de se preocupar em lançar uma campanha para erradicar a febre aftosa do país, o governo simplesmente tomou uma decisão sem pensar em como ficaria a situação do Nordeste, que tem como principal mercado de abastecimento o Pará, um dos estados incluídos na proibição.Ademir Andrade disse que também foi preciso que senadores, deputados, prefeitos e empresários paraenses viessem a Brasília conversar com o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, para que ele tornasse sem efeito a portaria assinada no dia 12 de março pelo presidente do Ibama, Eduardo de Souza Martins, suspendendo todas as autorizações de transporte de produtos florestais.Na prática, com a portaria, explicou Ademir Andrade, ficou proibido qualquer caminhão de transportar no país uma única tora de madeira. Na audiência, acrescentou o senador pelo Pará, Sarney Filho falou de sua intenção em ampliar o diálogo com os segmentos envolvidos na produção de madeira e revelou sua disposição de promover uma mudança radical na questão do desenvolvimento sustentável.Apesar de comprometer-se a trabalhar pelo desenvolvimento da Amazônia, Ademir Andrade mostrou-se cético quanto a possibilidade de o ministro do Meio Ambiente alcançar sucesso no seu plano. O senador justificou seu ponto de vista alegando que não vê interesse concreto do presidente da República em questões relacionadas ao meio ambiente.- Não pode continuar essa falácia, essa enganação, essa mentira e desfaçatez do presidente Fernando Henrique Cardoso, em dizer que está interessado em cuidar dos problemas do meio ambiente. O que a gente vê é a destruição total e absoluta, é a exploração ilegal, é a queima irresponsável de nossas florestas, é o Ibama que não tem dinheiro, é a Funai sem verba sequer para gasolina - afirmou.QUEIMAAdemir Andrade estimou em mais de 50% a quantidade de madeira que é extraída do Pará de forma ilegal, por falta de fiscalização do Ibama. Ele afirmou que atualmente são comuns os casos de lavradores que desmatam a terra para plantar e sequer aproveitam a madeira comercialmente, por não ter como transportar a madeira para fora da floresta. O senador calculou que o Pará exporta anualmente US$ 800 milhões em madeira serrada.Em aparte, o senador Alberto Silva (PMDB-PI) perguntou se a madeira retirada que chegava a ser vendida por 800 milhões de dólares ao ano era substituída por outras plantações. Ademir Andrade explicou que apenas as árvores explorada legalmente, com autorização de manejo pelo Ibama, eram replantadas. Já o senador Carlos Bezerra (PMDB-MT) solidarizou-se com o protesto contra a medida do Ibama proibindo o transporte de produtos florestais. Ele argumentou que a decisão era uma "aberração jurídica", já que uma portaria não poderia contrariar uma lei.

17/03/1999

Agência Senado


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