Advogado nega envolvimento com pedofilia



Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia nesta terça-feira (12), o advogado Alexsander Ladislau explicou que conversa telefônica sua com o então procurador de Roraima, Luciano Queiroz, grampeada pela Polícia Federal, era sobre a demarcação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, e não sobre a rede de abuso de crianças e adolescentes do estado, como teriam noticiado órgãos da imprensa.

A ligação de Ladislau para Queiroz foi interceptada pela Operação Arcanjo, que, em junho de 2008, prendeu seis acusados de pedofilia na capital, Boa Vista, entre elas o próprio procurador. Ladislau disse, no entanto, que, na ligação telefônica, tratou apenas do impasse na demarcação da reserva indígena, questão da qual trataria no plenário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nos dias seguintes.

A suspeita da CPI era de que Ladislau saberia que Queiroz estava sendo grampeado pela Operação Arcanjo e de que desejava alertar o procurador sobre isso. Ladislau negou essa hipótese. Para ele, segundo alegou, Queiroz estava sendo monitorado pela PF sobre questões relativas à reserva Raposa/Serra do Sol.

- Eu jamais imaginei que o procurador pudesse estar sendo investigado por pedofilia - afirmou.

Ladislau afirmou que sua relação com o agora ex-procurador sempre foi apenas profissional.Ele contou que foi chamado pelo delegado da PF para acompanhar a prisão do procurador quando foi deflagrada a Operação Arcanjo na qualidade de representante da OAB.

De acordo com Ladislau, apenas nesse dia - 6 de junho de 2008 - ele teria trabalhado como advogado de Queiroz. O advogado alegou que só soube da acusação de pedofilia contra o procurador após chegar a sua residência, no momento da prisão. Depois disso, ele teria se recusado a continuar como seu advogado.

O depoente aproveitou para criticar o uso - a seu ver excessivo - de grampos telefônicos no Brasil e criticou os órgãos da imprensa que o teriam envolvido no assunto pedofilia.



12/08/2008

Agência Senado


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