Aelton Freitas quer limitar propaganda de cerveja na TV



O senador Aelton Freitas (PL-MG) afirmou em discurso que dará total apoio a qualquer projeto destinado a limitar a propaganda no rádio e na televisão de bebidas de baixo teor alcoólico, como as cervejas. A atual legislação só limita a propaganda das bebidas com mais de 13 graus GL, o que exclui as cervejas e as chamadas bebidas ice - espécie de coquetel pronto, à base de uma bebida forte, como vodca ou cachaça, por exemplo.

Aelton Freitas citou dados do próprio governo indicando que o custo do sistema brasileiro de saúde com alcoólatras é muito mais alto que a arrecadação de impostos cobrados sobre as bebidas. Ele sugeriu que, enquanto o Congresso não vota uma nova legislação sobre propaganda de bebidas, o governo lance uma campanha educativa para esclarecer as reais conseqüências do álcool sobre o -organismo, a mente e a dignidade humana-.

- No Brasil, o poder público tem sido vacilante nessa área. É estranho constatar que algumas autoridades brasileiras insistam em estimular a população ao consumo deslavado de bebida alcoólica - disse.

Depois de destacar que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva já se comprometeu a implantar uma política de saúde mental que atenda às necessidades de reabilitação do alcoólatra, o senador de Minas Gerais observou que países com legislação mais severa consideram como alcoólica toda bebida com mais de 0,5 grau GL. Aelton Freitas destacou o personagem da atriz Vera Holtz que, na novela Mulheres Apaixonadas, em exibição em horário nobre, retrata com propriedade a dura realidade dos viciados em álcool.

Em aparte, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) lembrou que, na verdade, o álcool é uma droga e o brasileiro parece se esquecer disso quando se trata de bebidas mais leves. Já Heloísa Helena (PT-AL) lamentou que no país -a publicidade incentiva irresponsavelmente- os jovens rumo às bebidas.

No mesmo discurso, Aelton Freitas afirmou que as críticas do vice-presidente da República, José Alencar, do mesmo partido do senador, sobre as altas taxas de juros cobradas pelo governo em seus títulos, começam a dar resultados. Para ele, a redução em 1,5 ponto percentual na taxa, anunciada nesta quarta-feira (23), não é ainda o ideal, mas -nos permite antever dias melhores para nossa economia-.



24/07/2003

Agência Senado


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