Aeroportos do interior vão receber melhorias de infra-estrutura



Quase todos ganharão novos instrumentos de vôo e de comunicação e adequação da área do entorno

Os 31 aeródromos localizados no interior paulista, administrados e mantidos pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), receberão investimentos para fazer reformas e melhorias na infra-estrutura. A verba dos que transportam maior número de passageiros será mais elevada. Quase todos terão a área de escape ampliada (prolongamento das duas extremidades), novos instrumentos de vôo e de comunicação e adequação da área do entorno (questão de segurança). A instalação da torre de controle em Jundiaí está em andamento.

A de São José do Rio Preto encontra-se no orçamento de 2009. Os próximos a receber a torre serão Ribeirão Preto e Presidente Prudente. O aeroporto de Ribeirão também terá melhorias no terminal de passageiros. Ao todo, a malha aeroportuária de São Paulo é composta por 36 aeroportos interligando as principais cidades do interior, o Brasil, as nações do Mercosul e mais de 20 países. Os outros cinco (Campo de Marte, Congonhas, Cumbica, São José dos Campos e Viracopos) são administrados pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).

Até 1980, eram mantidos pelo governo paulista, exceto o de Cumbica que foi inaugurado em 1985 após a transferência da administração para a Infraero. Juntos, movimentam 19 milhões de passageiros por ano e registram em média 430 mil pousos e decolagens. Os aeroportos de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Sorocaba, Araçatuba e Bauru/Arealva são os mais movimentados. Outros como é o caso de Andradina, Dracena e Penápolis são utilizados por aviões agrícolas, para abastecimento e como suporte de aeroportos maiores.

Novo plano aeroviário

De janeiro a maio deste ano, quase 507 mil pessoas passaram pelos aeroportos mantidos pelo Daesp, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Transportes. No período, foram notificados 155 mil vôos e 1,5 milhão de embarque e desembarque de cargas. (Veja no boxe os aeroportos mais movimentados). Com a aprovação do plano aeroviário pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), será possível priorizar a vocação de cada um dos aeroportos e ter uma visão geral da malha para fazer o planejamento de ações de curto e longo prazos, afirma o superintendente do Daesp, Sérgio Camargo.

Antes, o plano diretor aeroviário era elaborado pela União, mas agora cada Estado deverá fazer o seu e submetê-lo à aprovação da Anac. O último foi feito em 1980 e havia vencido em 2001. Com a aprovação ficará mais fácil pleitear investimento do Programa Federal de Auxílio a Aeroportos (Profaa) e obter recursos estaduais, acredita o superintendente. O orçamento do Daesp é de R$ 131 milhões para quatro anos, informa Camargo. Desse total já foram aplicados R$ 111 milhões até o momento. Ele prevê a necessidade de investir R$ 40 milhões em 2009.

O plano contempla propostas até 2027, inclui crescimento e renovação dos aeródromos e classifica os aeroportos em sete modalidades (internacional, nacional, regional, metropolitano auxiliar, turístico, local e complementar). A classificação é importante porque engloba questões turísticas, socioeconômicas e de infra-estrutura, esclarece Camargo.  Pela classificação, a malha estadual tem dez regionais (vôos regulares, as linhas comerciais), um metropolitano auxiliar (Jundiaí), um turístico (Ubatuba), seis locais e 13 complementares. 

Malha bem distribuída

Camargo disse que o Departamento Aeroviário estuda a possibilidade de incluir os aeroportos de Sorocaba e Bragança como auxiliar ao tráfego aéreo metropolitano. De maneira geral, classifica a malha aeroviária do interior como “boa e bem distribuída pelo Estado”. Acrescenta que a maioria está com a pista em condições adequadas. Camargo reconhece haver ociosidade em parte da malha, mas nos aeroportos classificados como regional (os maiores) é preciso expandir a infra-estrutura e fazer reformas para dar conta da crescente demanda.

Ele cita o caso do Aeroporto de Jundiaí que tem recebido número cada vez maior de escolas de prática de aviação, os aeroclubes. Antes, os aeroclubes se concentravam no Campo de Marte. Mas com o grande tráfego de aeronaves no local (principalmente os táxis-aéreos, aviões executivos e helicópteros), estão procurando locais menos movimentados. “As escolas para pilotos estão pedindo corredores para os alunos porque os aviões são pequenos e de baixa potência e têm trafegado na rota dos demais.” Outra movimentação é a de executivos do interior que precisam se deslocar para São Paulo. Eles deixam o avião particular ou o helicóptero em Jundiaí e seguem de carro para a capital porque não há helipontos suficientes e o Campo de Marte está sobrecarregado. 

 

Movimentação de janeiro a maio de 2008

Aeroporto passageiros vôos carga (embarque/desembarque) (pousos/decolagens) 

Araçatuba 36.306 896 21.518

Bauru/Arealva 17.292 2.813 236.426

Jundiaí 6.594 24.797 235.107

Presidente Prudente 50.420 4.310 68.134

Ribeirão Preto 164.588 13.061 292.777

São José do Rio Preto 136.678 6.851 322.558

Sorocaba 19.811 19.766 80.850 

Total dos 31 aeroportos 506.656 155.152 1.535.553

 

 

Classificação dos aeroportos mantidos pelo Daesp

Regional – Araçatuba, Barretos, Bauru/Arealva, Franca, Marília, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Sorocaba

Metropolitano Auxiliar – Jundiaí

Turístico – Ubatuba

Local – Araraquara, Assis, Botucatu, Bragança Paulista, Lins e São Carlos

Complementar – Andradina, Avaré/Arandu, Bauru, Campinas/Amarais, Dracena, Itanhaém, Ourinhos, Penápolis, Presidente Epitácio, São Manoel, Tupã, Urubupungá e Votuporanga

 

Claudeci Martins

Da Agência Imprensa Oficial

(I.P.)



07/03/2008


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