AES pressiona governo por aumento de tarifas



AES pressiona governo por aumento de tarifas O presidente da termelétrica AES Uruguaiana, Mark Green, tem reunião marcada hoje em Brasília com os representantes do Ministério de Minas e Energia e do Operador Nacional do Sistema (ONS). Ele vai debater com o Ministério os problemas que a usina vem enfrentando com a variação cambial, que causou aumento dos custos e tarifas, e com o fornecimento de energia aos seus compradores. Green esteve ontem na sede do grupo nos Estados Unidos, discutindo as estratégias da empresa. A térmica de Uruguaiana, com capacidade instalada de 600 megawatts (MW) é a primeira usina brasileira com combustão de gás natural. A direção do grupo AES, nos Estados Unidos, tem reclamado da forma como o Governo Federal conduziu a crise de energia, sobretudo com o impacto da desvalorização do real nos custos do gás natural. Neste ano, o grupo já cancelou investimentos em um outro projeto de geração no Rio Grande do Sul, a Termosul. O prefeito de Uruguaiana, Caio Riela (PTB), não acredita que a AES Uruguaiana encerrará as suas operações de geração, conforme cogitação do presidente Mark Green. Segundo ele, a empresa está tentando forçar uma renegociação do preço do gás natural no Brasil, cuja indexação ao dólar prejudica as usinas locais. Para o prefeito, o problema é decorrente da falta de diálogo. Grandes investidores estudam parceria no projeto do Ceitec Executivos da IBM, Internacional Sematech, Texas Instruments, Instituto de Tecnologia de Tóquio MRS entre outras empresas de alta tecnologia estiveram reunidos ontem com o gerente do projeto de criação do Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), Nery dos Santos Filho, para avaliar possibilidades de se tornarem parceiras na proposta de desenvolver um pólo de prototipagem e design de chips na América Latina. Os executivos se mostraram receptivos e interessados no Programa Nacional de Microeletrônica - projeto de criação de uma rede de chips no Brasil que tem como âncora o Rio Grande do Sul e São Paulo. “É um desafio pois estamos iniciando da estaca zero, inclusive na formação de profissionais qualificados”, disse Santos Filho. As empresas estrangeiras ainda vêem com reserva um possível investimento no País, especialmente pelo “Risco Brasil”. Os executivos temem que o projeto não tenha continuidade em função de conjunturas econômicas ou falta de amparo político, como ocorreu com outras propostas do setor de microeletrônica. A maior parte dos executivos que estavam no encontro disseram que preferem aguardar que o Ceitec ultrapasse a fase embrionária para firmar as parcerias, com perspectivas animadoras. O encontro ocorreu no Hotel Embaixador, paralelamente as atividades do Encontro Internacional de Pesquisadores de Microeletrônica, que começou no domingo em Porto Alegre e se encerra hoje. O evento foi organizado pelo instituto de física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), com apoio da Materials Research Society (MRS), uma das entidades internacionais mais importantes em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia. “Este encontro é uma das ações mais importantes para consolidar o Ceitec. Os maiores especialistas do mundo estão na Capital para discutir o futuro da microeletrônica e conhecer os projetos concebidos nesta área no País”, disse professor da Urfgs e organizador do encontro, Israel Baulmvol. Faixa intermediária do funcionalismo sem reajuste este ano O Governo gaúcho deve adiar para 2002 o reajuste das faixas salariais intermediárias do funcionalismo público. A medida atinge cerca de 10 mil servidores da extinta Caixa Econômica Estadual, de nível médio da Fazenda, de nível superior da Saúde e técnicos-científicos, que recebem entre R$ 1,3 mil e R$ 4,8 mil. “Há perspectiva de reajustes no ano que vem para as faixas intermediárias”, afirmou ontem o secretário estadual da Administração e dos Recursos Humanos, Marco Maia. O anúncio contraria declarações anteriores do secretário e do governador Olívio Dutra, que garantiram o envio de projeto de lei à Assembléia para correção dos salários destas categorias em 2001. Maia argumenta que as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Estado tensionam a Secretaria da Fazenda e comprometem a liberação de reajustes. De acordo com a presidente do Sindicato dos Técnicos-Científicos do Estado do Rio Grande do Sul (Sintergs), Nadja de Paula, a categoria não foi chamada pelo Executivo para tratar do aumento salarial desde a última audiência com Marco Maia, que aconteceu em 27 de junho. “O secretário da Administração não está negociando reajuste, apesar de divulgar a construção de uma proposta”, salientou. Os mais de 7,5 mil técnicos-científicos gaúchos, de nível superior, atuam em 42 profissões das áreas de segurança, saúde, educação e fazendária. Maia argumenta que “o pagamento das promoções atrasadas de 1993 a 1995 já recompõe os salários”. Ele projeta que cada promoção representa acréscimo de 7% à folha de pessoal do Estado. O Poder Legislativo decidiu intervir na negociação entre Governo e técnicos-científicos. Nadja adiantou que o presidente da Assembléia, deputado Sérgio Zambiasi (PTB), convocou os parlamentares para participarem de audiência pública no próximo dia 13, em que solicitarão posicionamento oficial do Governo estadual. Fiergs vê desaceleração e revisa as projeções A tendência de desaceleração da economia brasileira e gaúcha em 2001 é marcante nas novas projeções sobre o desempenho em 2000 divulgadas ontem pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Pelos cálculos da entidade, o índice de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá ser reduzido pela metade, saindo do patamar de 4,46% apurado em 2000 para 2,38%, se mantido o cenário atual, sem piora da situação argentina, ou para 2,04%, com agravamento da crise na Argentina e aumento dos juros. No Rio Grande do Sul, o efeito deverá ser menor. O PIB gaúcho, que teve evolução de 5,43% em 2000, deverá crescer 4,40% em um cenário de estabilidade, ou 3,4% num ambiente de desaceleração mais acentuada. Pelas projeções anteriores, a Fiergs previa que na pior das hipóteses o PIB do Estado cresceria 3,4%. Porém, a previsão inicial era atingir o patamar de 4,7% de elevação. O presidente da Fiergs, Renan Proença, destacou ontem que a desaceleração no Rio Grande do Sul não será mais intensa graças à supersafra de grãos deste ano. “Enquanto a agricultura cresceu 15% no País em 2001, no Rio Grande do Sul este índice foi de 30%”. O setor de agronegócios influiu também no desempenho das exportações do Estado, que em 2001 deverão bater o recorde histórico de 1997, quando foram embarcados a partir do Rio Grande do Sul US$ 6,27 bilhões, afirmou Nuno de Figueiredo Pinto, coordenador da assessoria econômica da entidade. Apesar destes aspectos positivos, a desaceleração fica evidente quando se observa os dados referentes à indústria. O Rio Grande do Sul, que no ano passado liderou o crescimento da produção física industrial, atingindo índice de 8,77%, neste ano não deverá ultrapassar a marca de 1,83%. O Indicador de Desempenho Industrial (IDI-RS) medido pela Fiergs, e que além da produção considera as compras, vendas, pessoal empregado, horas trabalhadas e utilização da capacidade instalada, tende a ser bem menor, passando de 10,90% em 2000 para 3,7% neste ano. Entre os aspectos que determinaram a revisão das projeções da Fiergs estão, no âmbito externo, o agravamento da crise na Argentina e o desaquecimento da economia norte-americana. No plano interno, o racionamento de energia elétrica numa área que concentra 75% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional está atuando como fator inibidor do crescimento. Colunistas NOMES & NOTAS As ISOs O sistema ISO de certificação foi implantado em 1987, mas o sistema de certificação surgiu nas Forças Armadas da Europa, durante a II Guerra Mundial. O sistema ISO 9000 foi revisto em 1994 e em 2000. Hoje, seu foco está na gestão, enquanto que as versões anteriores levavam em conta mais a qualidade dos processos. “Ela está mais afinada com a gestão da qualidade”, lembra Mölmann. “Nesse sentido ela está mais coerente com o PGQP”. O sistema ISO tem duas vertentes: a de escopo completo, que vai da elaboração do projeto à fabricação do produto, e o da empresa que recebe um projeto pronto e cuida apenas de sua fabricação. Questão de custos A ISO 9001/2000 entrou em vigor em 15 de dezembro do ano passado e as detentores da certificação anterior precisam atualizá-las. Möllmann lembra que normalmente elas tem uma duração de cinco anos. “Não poderia ser diferente”, lembra o diretor da Máquinas Condor, Érico Wickert. “A Certificação na ISO é muito cara e exige um esforço grande das empresas”. Veterinária O curso de Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo conquistou o prêmio Destaque conferido por entidades sindicais e associativas da classe e pela Fundação Veterinária. Essa foi a primeira premiação que leva em conta o currículo, a titularidade dos professores e as instalações físicas de pesquisa e de graduação. O curso foi iniciado em 1997 e tem hoje 360 estudantes, cuja primeira turma se forma no fim do ano. A principal atividade de pesquisa da faculdade é na pecuária de leite, testando amostras colhidas de produtores de todo o Estado para aquilatar a qualidade do produto consumido no Estado. No dizer de seus técnicos, a qualidade do leite gaúcho é apenas razoável. Chuva de megawatts A máxima de que no Rio Grande do Sul poderia chover megawatts e faltar pedidos para a indústria, em razão do racionamento de energia no centro do País, reiterada em várias ocasiões pelo presidente da Fiergs, Renan Proença, está se concretizando. Na chuvosa manhã de ontem, quando a entidade apresentou as novas projeções para a economia brasileira e gaúcha em 2001, Proença lamentou que o efeito do racionamento de energia sobre a atividade tenha surpreendido, transformando em realidade a previsão sombria traçada em maio. Subsídios Renan Proença aproveitou também a oportunidade para criticar a idéia corrente no Brasil de que subsídio é palavrão. “Nos países ricos, o volume de incentivos é alucinante, chegando a movimentar US$ 1 bilhão por dia no mundo”, disse o executivo. Caso houvesse uma política de incentivos no País, completou Proença, não haveria crescimento tão acentuado da marginalidade, que é fruto da migração de locais onde não há oportunidades de trabalho. Enquete A Federasul realizou uma enquete durante o Diálogos Federasul de ontem que perguntava aos participantes qual a ação do País em relação à Amazônia: 8% de um total de 110 participantes acreditam que deve ser preservada como uma área de interesse internacional e 92% acreditam que o certo é explorar racionalmente suas riquezas. Alerta Durante o evento circulava uma publicação entre os participantes que alertava para a possibilidade da existência de falsos ambientalistas. A publicação é assinada pela Executive Intelligence Review. O texto explica que certas ONGs “nada têm a ver com a proteção do meio ambiente, ao contrário, servem a uma hábil estratégia da oligarquia anglo-americana para obstacularizar os esforços do desenvolvimento sócio-econômico em escala global, em especial dos grandes projetos de infra-estrutura do Brasil”. Free for Life A Bionutrition, do Paraná, escolheu o Rio Grande do Sul para lançar a linha de produtos Free for Life de alimentos light, assinada pela atriz Cristiana de Oliveira. Ela se compõe de massas com grano duro, cereais matinais, bebidas e biscoitos. A empresa terceiriza a produção com empresas gaúchas, paulistas e paranaenses. Nesta primeira fase, foram investidos R$ 3 milhões na “proposta de elaborar produtos saudáveis, mas com sabor”, como assegura seu diretor de marketing, Roger Rieger. No dia-a-dia O empresário Jorge Gerdau Johannpeter recebe hoje em Brasília o Prêmio Destaque Especial na Gestão do Conhecimento. Mais de mil pessoas se inscreveram para o seminário gratuito sobre portais que a Sisnema promove hoje A Telefônica Celular/RS já arrecadou 13.500 baterias usadas, antecipando-se à Resolução do Conama que determina a obrigatoriedade de recolher as baterias usadas a partir de julho do ano passado. Em julho e agosto o número da coleta chegou a 1.500 unidades. A Agergs convocou os usuários de serviços da Corsan para comparecerem à audiência pública da próxima segunda-feira, para debater o reajuste tarifário proposto pela estatal. Como presidente da Associação Brasileira de Entidades de Meio Ambiente o secretário Cláudio Langone vai exigir a retomada dos trabalhos do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, paralisado há três meses, no IV Diálogo Interamericano de Gerenciamento das Águas, que se realiza em Foz do Iguaçu. A Prefeitura de Porto Alegre abriu as inscrições para o curso de alfabetização de travestis. A aula inaugural será prestigiada pela cúpula do Executivo. Topo da página

09/05/2001


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