Agaciel nega irregularidades e Zoghbi reconhece tentativa de suborno feita por sua esposa
O 1º vice-presidente do Senado, Marconi Perillo, comandou nesta terça-feira (2), como presidente em exercício da Casa, a inquirição do ex-diretor-geral do Senado, Agaciel da Silva Maia, e do ex-diretor de Recursos Humanos da Casa, João Carlos Zoghbi. Agaciel negou participação em qualquer irregularidade, enquanto Zoghbi assumiu que sua esposa, Denise Zoghbi - que até recentemente era diretora do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB, também ligado ao Senado) - ofereceu um automóvel importado marca Mercedes Benz ao repórter que iria publicar uma matéria contrária ao diretor.
- Acho que ela [Denise Zoghbi] deve ser punida, ela é funcionária. Aliás, estou convencido de que quem me ameaçou não foi o Zoghbi. Porque um sujeito que bota no fogo a mulher e o filho, Nossa Senhora! - afirmou o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), que disse ter sido ameaçado por um desconhecido em telefonema para sua casa.
Para o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), a oferta de Denise "tem outro nome: é suborno".
O ex-diretor de Recursos Humanos, já indiciado pela Polícia Legislativa por corrupção passiva, formação de quadrilha e falsidade ideológica, negou todas as acusações. Até mesmo que soubesse que sua antiga babá e ama de leite fosse uma das sócias das empresas montadas por seu filho para intermediar empréstimos de servidores do Senado ao Banco Cruzeiro do Sul. O banco repassou às empresas mais de R$ 2 milhões, de acordo com reportagem da revista Época.
Zoghbi também negou saber de qualquer fato desabonador em referência a Agaciel Maia. Disse ter feito declarações à Época com denúncias ao ex-diretor-geral porque estava "em um momento de tensão". Zoghbi disse que, ao fazer as acusações, apenas repetiu o que leu na imprensa.
- Então, em um momento de tensão, o senhor pode falar mal de mim ou de seu advogado? - perguntou Arthur Virgílio, recebendo a negativa de Zoghbi.
Ao terminar suas perguntas ao ex-diretor de Recursos Humanos, o líder do PSDB disse que Zoghbi era "apenas uma peça" na engrenagem e que não sabia sequer se era das mais importantes. Arthur Virgílio afirmou que há no Senado um grande interesse em se abafar as denúncias.
- Se tudo acabar da forma que as pessoas do abafa gostariam, vai perder a instituição - declarou o parlamentar, apontando as cadeiras vazias reservadas aos senadores.
Ao responder a Perillo, Zoghbi afirmou que pediu aposentadoria por já ter tempo de serviço - 38 anos, afirmou, sendo 25 no Senado - e por enfrentar denúncias "muito constrangedoras para ele e a família". Zoghbi afirmou sempre ter exercido suas funções no Senado "com muito zelo". O servidor prestou depoimento ao lado de seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro.
José Paulo Tupynambá / Agência Senado
02/06/2009
Agência Senado
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