Agência Internacional de Energia Atômica manda esvaziar povoado no Japão



A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) recomendou nesta quarta-feira (30) a retirada de todos os moradores do povoado de Iitate, localizado a 40 quilômetros da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste do Japão. O risco de contaminação gerado a partir dos acidentes nucleares no país motivou uma reunião extraordinária marcada para junho, em Viena. O embaixador brasileiro Antonio Guerreiro foi convocado para organizar o evento.

Desde o último dia 11, quando houve o terremoto, foram registradas explosões e vazamentos na usina. A decisão de retirar os moradores foi tomada porque especialistas identificaram elevados níveis de radioatividade na região. As informações são da Aiea e da Organização das Nações Unidas.

O diretor do Departamento de Segurança Nuclear da Aiea, Denis Flory, afirmou nesta quarta-feira que exames feitos na região de Iitate mostram que há excesso nos níveis de radioatividade em torno da área. Segundo ele, o governo japonês estuda novas recomendações à população.

Até agora, a orientação das autoridades do Japão era para que as pessoas evitassem a aproximação a 20 quilômetros da usina. Para Flory, o ideal será adotar a ordem de esvaziamento da área em um raio de 30 quilômetros.

Segundo ele, os peritos identificaram que os níveis de radioatividade no povoado equivalem ao dobro do que é considerado não prejudicial à saúde. Porém, ele ressaltou que as autoridades japonesas devem fazer suas próprias análises pois existem variáveis que interferem nas medições.


Conferência sobre segurança nuclear

No período de 20 a 24 de junho, a Aiea vai promover uma conferência sobre segurança nuclear. A iniciativa foi gerada pelos acidentes nucleares do Japão. O diretor-geral da agência, Yukiya Amano, disse ter nomeado o embaixador brasileiro Antonio Guerreiro para consultar os integrantes da Aiea sobre as discussões em junho.

Inicialmente, serão analisados os acidentes em Fukushima Daiichi e feita análise das normas de segurança na usina. Também deverá ser apresentada uma proposta para revisão do sistema de emergência adotado pelos japoneses. Amano disse que o assunto não é apenas técnico, mas também político.


Fonte:
Agência Brasil



30/03/2011 19:23


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