Agripino acusa o governo de usar a auto-suficiência em petróleo como propaganda eleitoral



O líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN), fez nesta terça-feira (25) pronunciamento em que procurou desmistificar a anunciada auto-suficiência em petróleo, da qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria se utilizando como peça de propaganda eleitoral. De acordo com o senador pelo Rio Grande do Norte, o Brasil só atingiu o atual patamar na relação produção/consumo porque o crescimento da economia está baixo.

Agripino chamou a atenção para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu apenas 2,3% em 2005. Segundo ele, se o Brasil tivesse crescido como a Argentina (6,6%), o combustível produzido aqui não seria suficiente para movimentar fábricas e veículos.

Outro aspecto frágil da propalada auto-suficiência, de acordo com o senador, é que o Brasil, ao contrário de países considerados auto-suficientes, substitui petróleo por álcool anidro (equivalente a 200 mil barris por dia) e gás natural (equivalente a 300 mil barris por dia).

- E tanto o petróleo, quando o álcool e o gás estão sendo produzidos com eficiência e em larga escala como fruto do esforço de muitos anos, o que não pode ser atribuído a uma vitória do governo Lula - afirmou Agripino, que foi apoiado, em aparte, pelo líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM). Este último lembrou que, quando Lula assumiu, faltavam apenas 4% para a auto-suficiência, e que o Brasil ainda importa o chamado "petróleo fino", exportando o "pesado".

O líder do PFL lançou mão de outros modelos de comparação para salientar que o governo Lula não transfere para cidadãos e empresas os benefícios da alta lucratividade daPetrobras (R$ 27 bilhões em 2005), como estaria fazendo na Venezuela o presidente Hugo Chávez. Naquele país, a gasolina é vendida ao consumidor por valor equivalente a R$ 0,62, ao passo que no Brasil o preço pode chegar a R$ 2,70. Na Argentina, a gasolina é vendida nos postos por valor equivalente a R$ 1,40.

Na opinião de Agripino, é também danoso que o governo tenha gastado R$ 37milhões com a publicidade relativa à auto-suficiência e entregue a campanha ao publicitário Duda Mendonça, acusado de participar do esquema do "mensalão". Em aparte, o senador João Batista Motta (PSDB-ES) acusou Lula de usar a Petrobras para fazer campanha eleitoral.

25/04/2006

Agência Senado


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