Agripino anuncia apoio à CPI sobre Waldomiro Diniz
O senador José Agripino (PFL-RN) anunciou nesta terça-feira (17) que assinará o requerimento pela instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a denúncia de recebimento de propina por parte do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil da Presidência da República, Waldomiro Diniz.
Agripino disse que havia pensado em esperar 48 horas antes de tomar qualquer decisão sobre o caso, mas a repercussão no Brasil e no exterior e a resposta do governo ao caso foram motivos suficientes para assinar o requerimento antes disso.
- Eu vou assinar o pedido de CPI como um serviço que presto à probidade no serviço público do meu país - declarou.
Para o senador, a declaração do ministro da Casa Civil José Dirceu, de que o caso ocorreu em 2002, antes do PT assumir o governo, deu a entender que o governo está querendo empurrar a sujeira para debaixo do tapete.
- Esperava explicações convincentes do governo para encerrar o assunto, um desmentido cabal com fatos concretos. Estamos diante de uma crise política e o Congresso tem a obrigação de se manifestar. Tenho sido cobrado na rua por pessoas que não conheço - frisou.
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) mencionou que toda nomeação para cargos de confiança, acima de um determinado nível, passa obrigatoriamente pela análise da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e caso haja algum fato que desabone o candidato, a nomeação não é feita. O senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) disse que já assinou o requerimento da CPI e que o PFL assumiu o compromisso de fazer uma oposição responsável e fiscalizadora. "O PFL não obriga, não impõe, não fecha questão", assinalou.
O senador Almeida Lima (PDT-SE), por sua vez, disse que a forma como o PT está tentando desviar o foco da investigação para o financiamento das campanhas eleitorais é parecida com a história do "sujeito que chega em casa, encontra a mulher cometendo adultério e põe a culpa no sofá. Estão querendo culpar o financiamento de campanha. Não dá para culpar o sofá". Já o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) disse que as CPIs são instrumentos de organização da opinião do povo.
- A opinião do povo já se manifestou. Investigar tudo é pretexto para investigar nada. O compromisso ético do PT não é coerente com essa tentaiva de impedir a CPI.
17/02/2004
Agência Senado
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